Desaceleração no Brasil pressiona Argentina e Uruguai, diz Fitch

Economia

Entre os dois vizinhos, o país governado por Cristina Kirchner é o mais afetado devido à política intervencionista

Fachada da agência de risco Fitch, em Nova York

Fachada da agência de risco Fitch, em Nova York

(Justine Lane/EFE)

A desaceleração da economia brasileira, maior do que a esperada, está ampliando o desaquecimento já registrado na Argentina e no Uruguai, resultantes da crise global, afirma um relatório divulgado pela agência de classificação de risco Fitch nesta sexta-feira.

"Embora os dois países sintam o impacto da desaceleração do Brasil, principalmente por meio da queda das exportações, a Argentina parece estar mais vulnerável do que o Uruguai", diz a analista Shelly Shetty.

Segundo ela, os problemas econômicos da Argentina estão se acentuando com desaquecimento do Brasil. Shelly acredita que a política intervencionista da Argentina vai impedir uma recuperação maior em 2013, quando se espera uma retomada do crescimento do Brasil.

Segundo a Fitch, os bons fundamentos do Uruguai - que permitem uma forte capacidade de respostas políticas - tornam o país mais resistente a choques temporários advindos da queda das exportações para o Brasil, à redução das receitas com turismo ou uma desaceleração cíclica da atividade econômica.

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"A desaceleração do Brasil tem sido mais profunda e longa do que o previsto. O Produto Interno Bruto (PIB) deve subir 1,5% em 2012, ante 2,7% em 2011 e 7,5% em 2010. Os efeitos do enfraquecimento da economia brasileira sobre a Argentina e o Uruguai são mais sentidos por meio da queda nas exportações, o principal meio de transmissão em termos de PIB e geração de divisas estrangeiras", diz o relatório.

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Para a Fitch, a composição das exportações argentinas tornam o país mais sensível aos ciclos da economia brasileira, já que uma grande porção desse comércio é composta por carros e peças de automóveis vendidas exclusivamente para o Brasil. Por outro lado, as exportações de commodities, que são menos inelásticas e mais fáceis de serem realocadas, representam uma grande parcela das exportações uruguaias para o Brasil, o que torna o país menos sensível às alterações da demanda doméstica do Brasil.

(com Agência Estado)

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