Gabriel Batistuta espera brilhar pelo Nhô Quim (Foto: Evandro Pelligrinotti / XV de Piracicaba)
Vinte e sete anos e outros milhares de quilômetros separam os xarás Gabriel Batistuta Souza Rocha, piracicabano e uma das principais apostas do XV de Piracicaba para a Copa São Paulo de Júnior, e Gabriel Omar Batistuta, ex-atacante argentino que brilhou por importantes clubes da Argentina e da Europa em 16 anos de carreira.
Quando o piracicabano, de 19 anos, nasceu, o xará argentino era ídolo da Fiorentina, clube italiano que defendeu por nove temporadas (de 1991 a 2000). Antes, Batistuta havia sido artilheiro na Itália com 26 gols pela equipe, quebrando até então o recorde de gols na primeira divisão, além de ter atuado por times tradicionais em seu país, como River Plate e Boca Juniors. Isso inspirou o pai Pedro Rocha no momento do registro do nome em cartório.
– O meu pai queria colocar o nome de jogador, mas minha madrinha queria Gabriel, que é nome de anjo. Um dia ele estava assistindo o Globo Esporte, apareceu Fiorentina 2 a 0, com dois gols de Gabriel Batistuta. Aí ele quis esse nome. No cartório a escrivã não queria registrar, chamou ele de louco e alertou que eu poderia no futuro não gostar de futebol ou do nome. Mas eu gosto dos dois. Acho legal. É diferente e todos me chamam por Batistuta – disse o jovem atacante.
Registro no site da FPF comprova o nome idêntico ao do argentino Gabriel Batistuta (Foto: Reprodução / FPF)
Apesar do mesmo nome e de atuar na mesma posição que o xará argentino, o Gabriel Batistuta do XV alerta que as características entre eles são diferentes. Enquanto um se destacou como original camisa 9, o piracicabano prefere jogar pelos lados do campo e, até por isso, se espelha em outra estrela do futebol: Neymar, craque brasileiro que atua pelo Barcelona.
– Já vi os vídeos com as jogadas e gols dele. O Batistuta era mais centroavante e eu atuo mais pelos lados do campo, na base de velocidade. Virei fã dele, mas me espelho bastante no Neymar. Ele é meu ídolo atual. Sonho em me tornar profissional e, depois, atingir os demais objetivos na carreira.
Gabriel Batistuta participou da maior parte dos jogos-treino do XV (Foto: Evandro Pelligrinotti / XV de Piracicaba)
Batistuta é um dos destaques da base quinzista e com os gols marcados nasceu nova coincidência: o apelido. No grupo do XV, ele é chamado pelos amigos de Batgol, a mesma maneira como o xará argentino era conhecido por conta da facilidade de empurrar a bola para a rede. O crescimento do atacante se deve muito a chegada do técnico Ronaldo Guiaro, ex-zagueiro de Santos e Atlético-MG e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, com a seleção brasileira.
– Fiz muitos gols no ano e me chamam de Batgol. Espero fazer muitos gols na Copa São Paulo. Se Deus quiser virá coisa boa por aí. Ano passado me machuquei e não atuei, mas agora o nosso time está bom. Esperamos fazer história e classificar, pois o XV jamais se classificou. Dá para ver que o Ronaldo é diferenciado. Aprendemos muito e tento pegar o máximo que tem a nos passar. Sabemos até onde ele chegou e, com certeza, nos ajuda bastante.
Batistuta chegou a pensar em abandonar o futebol
(Foto: Evandro Pelligrinotti / XV de Piracicaba)
O destino de Batistuta, porém, estava traçado e apontava para longe do XV. Quando ainda atuava pelo Independente de Limeira, o atacante recebeu convite para integrar as categorias de base do Grêmio, mas um problema médico o tirou da viagem na data marcada. A situação o fez a pensar em parar com o futebol. Foi quando o Nhô Quim apareceu pelo caminho.
– Estou há um ano e meio no XV. Antes joguei no Independente, mas estava para ir ao Grêmio. Um dia antes da viagem, porém, não pude ir. Estava com conjuntivite. Cheguei a pensa a parar com o futebol depois disso, mas meu padrinho insistiu para que eu procurasse o XV. Cheguei, fiquei uma semana treinando e fui aprovado.