Taxista e vereador, ele virou herói na Argentina ao pegar pênalti …

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    Bértoli brilhou no acesso do Patronato à elite do Campeonato Argentino

    Bértoli brilhou no acesso do Patronato à elite do Campeonato Argentino

Há dois anos, Sebastián Bértoli dividia seu tempo entre atuar como goleiro pelo Patronato, da Argentina, e trabalhar como motorista de táxi. No último domingo, ele deixou de ser apenas o jogador esforçado que defendeu o Patronato a vida toda para se transformar em um dos maiores heróis da história do clube. Para isso, defendeu o pênalti decisivo que garantiu o time na elite argentina pela primeira vez em 37 anos.

"Já tive que fazer de tudo na vida, de fritar batata a dirigir um táxi. Ser motorista era o único emprego na época me permitia estudar, ganhar dinheiro e treinar futebol. Eu conseguia encaixar os horários. Fui de dirigir um táxi à primeira divisão", comemorou Bértoli.

O goleiro de 38 anos ainda era um bebê quando o Patronato atuou pela última vez na elite do Campeonato Argentino, em 1978. Quase quatro décadas depois, Bértoli defendeu a cobrança de Juan Gáspari e sacramentou a vitória por 6 a 5 na disputa por pênaltis diante do Santamarina, após vitória por 2 a 0 no tempo normal (o Patronato havia perdido o primeiro jogo decisivo do acesso por 3 a 1).

Ele, agora, planeja como será um dos anos mais diferentes de sua vida. O antigo motorista de táxi sonha com as partidas que jogará na elite argentina e também terá que encaixar na agenda sua vida pública. Bértoli foi eleito "conselheiro" (espécie de vereador) da cidade de Paraná, em Entre Ríos.

"A única coisa que quero é dar uma ajuda à cidade. Na política é preciso se envolver bastante para ajudar. Recebi o convite e achei que era o momento indicado", explicou o goleiro. "Quando era taxista, ficava duas horas na fila e não tinha passageiro. Ninguém tinha dinheiro. Acho que as coisas melhoraram um pouco", analisou.

Nesta semana, no entanto, Bértoli está mais concentrado no histórico acesso obtido no último domingo. Seu projeto agora é atuar pelo menos mais uma temporada como profissional para poder desfrutar de grandes jogos no Argentino. "Agora quero aproveitar. Depois de tantos anos no futebol quero jogar ao menos mais uma temporada. Tenho outras obrigações, mas sonho com isso há muito tempo".

Para chegar à primeira divisão, o Patronato ficou em segundo lugar na temporada regular, atrás apenas do Atlético Tucumán, promovido à elite sem passar pelos jogos eliminatórios. Já o time de Bértoli encarou mais quatro partidas decisivas e sofreu até o último pênalti para carimbar sua ida à primeira divisão. Caminho que esse taxista dificilmente esquecerá.

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