Pampa ofereceu US$ 1,2 bilhão por ativos da Petrobras na Argentina

BUENOS AIRES  -  A petrolífera argentina Pampa Energia poderá ser a nova dona dos 63% dos ativos que a Petrobras tem na Argentina (os 37% restantes estão disponíveis para negociação na Bolsa de Buenos Aires). A empresa fez uma oferta de US$ 1,2 bilhão há menos de um mês, segundo fontes do setor.

Rumores, nesta terça-feira, de que a estatal YPF teria feito uma oferta maior, de US$ 1,5 bilhão, levaram a direção da YPF a soltar um comunicado à tarde, desmentindo a informação.

A Pampa faz parte de um grande grupo argentino da área de geração e distribuição de energia que pertence ao empresário Marcelo Mindlin. O grupo detém uma das principais concessionárias de energia elétrica do país, a Edenor, e recentemente fez acordo com a YPF num projeto para exploração conjunta na reserva de xisto de Vaca Muerta, na Patagônia.

Consultada, a Pampa Energia informou que não faria declarações a respeito do tema. A Petrobras Argentina também não comentou. Já a YPF divulgou o comunicado que contestou a notícia publicada no jornal “Folha de S.Paulo” de que teria oferecido um valor mais alto.

Há até alguns meses, a YPF era a mais interessada na compra dos ativos da companhia brasileira. Mas decidiu desistir da disputa em outubro, quando, segundo fontes informaram à época, a Petrobras considerou baixa a oferta de US$ 900 milhões. Na ocasião, a Petrobras teria informado à empresa argentina que não venderia seus ativos no país por menos de US$ 1,2 bilhão.

Os ativos da Petrobras na Argentina incluem áreas de exploração de petróleo, uma refinaria em Bahía Blanca, ao sul do país, uma rede de estações de serviço, uma central térmica, unidades de produção petroquímicas e uma participação numa transportadora de gás.

O primeiro e, até aqui, único passo para a venda de ativos da Petrobras na Argentina aconteceu em 2014. Logo que a empresa começou a enfrentar o escândalo de corrupção que deflagrou a operação Lava-Jato, o grupo argentino Corporación America pagou US$ 101 milhões por alguns campos de petróleo e gás na província de Santa Cruz, no extremo Sul do país. Poucos dias depois, o grupo anunciou investimento adicional de US$ 100 milhões no local, pois percebeu que o potencial da área era maior do que o explorado até então.

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