Pagar a dívida é a escolha mais barata (I)

Sim, o caminho est cada vez mais estreito. Mas no pagar a dvida, reestruturar ou reescalonar, significar sempre muito mais austeridade para os portugueses e redues muito mais significativas do rendimento do que as vividas agora. O caso da Grcia, este ano na Zona Euro, ou da Argentina em 2001, revelam bem que no h reestruturaes sem um brutal e descontrolado retrocesso no nvel de vida dos cidados.

So muitas as vozes que neste momento se elevam a dizer que a reestruturao da dvida inevitvel. Mas no uma inevitabilidade, como o demonstram os cenrios publicados na ltima avaliao do FMI. Ou seja, "no pagar" a dvida, nos seus mais diversos modelos, no um destino que nos est traado. Ainda podemos respeitar os compromissos com os credores que a melhor das alternativas que temos.

As projees para a dvida pblica so casos tpicos de no determinismo. Tudo depende da taxa de juro, do crescimento, do stock de dvida e, finalmente, da capacidade de gerar excedentes primrios que paguem os encargos com juros. neste excedente primrio, alimentado pela nossa capacidade de aguentar a austeridade, que est a nossa liberdade.

Se formos capazes de suportar a austeridade prevista no programa de ajustamento acompanhado pela troika temos condies de recuperar uma trajectria para a dvida pblica que garante o seu pagamento. O que ameaa a nossa capacidade de pagar a dvida no uma qualquer inevitabilidade, mas sim e apenas, neste momento, a nossa resistncia a uma austeridade que est desenhada no Memorando de Entendimento com o FMI, a Comisso Europeia e o BCE. E essa incapacidade de aguentar mais austeridade em geral alimentada pela iluso de que h alternativas com menos austeridade.

por Pense nisso, 2012.10.27 13:08:58

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