Mulher do nazista Eichmann visitou marido preso em Israel

Arquivos oficiais inéditos de Israel, publicados nesta segunda-feira, documentam a visita secreta da mulher de Adolf Eichmann ao criminoso de guerra nazista um mês antes de ter sido executado, em 1962.

Os Arquivos Nacionais israelenses divulgaram informações contidas em um registro de visitas da prisão de Ramla, perto de Tel Aviv. Adolf Eichmann ficou detido lá após ser sequestrado pelo Mossad, o serviço secreto israelense, na Argentina, em 1960.

Vera Eichmann encontrou o marido em 30 de abril de 1962 e passou 90 minutos na sala de visita da prisão.

Um dos principais organizadores do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial, Eichmann esperava que a Suprema Corte se pronunciasse sobre o recurso apresentado contra sua condenação à morte. O recurso foi rejeitado em 29 de maio de 1962.

A visita de Vera Eichmann já havia sido noticiada pela imprensa local, mas "até agora não havia qualquer documento que indicasse que ela havia, de fato, visitado" o marido, dizem os Arquivos israelenses, em um comunicado.

Aparentemente, o pedido de visita foi discutido pelo gabinete israelense em 18 de março de 1962. O então primeiro-ministro David Ben Gurion afirmou, na época, que seria difícil para Israel enfrentar as críticas internacionais, caso a solicitação fosse rejeitada, segundo os Arquivos.

Membro da SS, o alemão Adolph Eichmann foi responsável pela logística da "solução final", que levou à exterminação de seis milhões de judeus nas mãos dos nazistas. Depois da guerra, ele conseguiu fugir para a Argentina.

Lá, Eichmann viveu com identidade falsa até ser sequestrado pelo Mossad e levado para Israel, onde seria julgado. Foi condenado à morte e enforcado em 31 de maio de 1962. Seu corpo foi cremado, e as cinzas, lançadas ao mar.

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