247 - A promotoria federal argentina abriu uma investigação para apurar a participação do ex-ministro Julio De Vido (Planejamento) em um esquema de pagamento de propina na venda de uma empresa da Petrobras. O envolvimento de De Vido, que hoje é deputado federal, no caso foi apontado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Segundo o delator, o político argentino pressionou e organizou o pagamento de propina para que a companhia de transporte de energia Transener (que pertencia à Petrobras) fosse vendida para a argentina Electroingeniería. A Promotoria argentina pediu ao juiz Sebastián Ramos, responsável pelo caso, que solicite à Justiça brasileira acesso as declarações de Cerveró.
Antes de a Transener ser vendida para a empresa argentina, ela já havia sido negociada por US$ 54 milhões para o fundo americano Eton Park Capital Management. A transação foi desfeita pelo ministro, que, segundo o delator, o convocou para uma reunião na Argentina na qual afirmou que o negócio deveria ser fechado com a Electroingeniería, considerada uma "empresa amiga". Ainda de acordo com Cerveró, a maior parte da propina da transação ficou na Argentina.
De Vido nega. "Sempre atuei de forma institucional e em defesa do interesse nacional". Ele afirmou também que a venda da Transener para uma companhia argentina ocorreu para evitar um monopólio e um "abuso da posição dominante da Petrobras".