Líder das Avós de Praça de Maio se diz satisfeita com colaboração …

Roma, 6 nov (EFE).- A presidente da organização argentina Avós de Praça de Maio, Estela de Carlotto, detalhou nesta quinta-feira como foi seu encontro com o papa Francisco ontem, e se mostrou satisfeita com a atual colaboração da Igreja de seu país em sua causa.

Ela falou com a imprensa em Roma ao lado de seu neto, Ignacio Guido, recuperado em agosto, após 36 anos de busca, e com quem viajou para o encontro com o papa.

Em uma atmosfera marcada "por uma sinceridade magnífica", avó e neto se reuniram ontem com o pontífice durante 25 minutos, tempo no qual falaram das políticas internacional e da Argentina, dos desafios de Francisco à frente da Igreja e, até mesmo, de futebol.

Estela, de 84 anos, explicou que não pediu ao pontífice para abrir os arquivos do Vaticano para tentar esclarecer dúvidas sobre a última ditadura militar argentina (1976-1983) porque eles não abordaram "temas institucionais".

Conforme relatou, ela não esteve na Santa Sé na qualidade de presidente das Avós de Praça de Maio, mas como "avó de um neto recuperado". Estela lembrou que em abril de 2013 teve a oportunidade de conversar com o papa e de pedir uma "colaboração explícita" da hierarquia católica argentina para encontrar respostas sobre esse período histórico do país.

Esta ajuda chegou e a líder do grupo se mostrou satisfeita com a atuação da Igreja de seu país, com a qual sua organização mantém "atualmente uma relação muito boa".

Em seu comparecimento, ela falou ainda do importante papel do presidente da Conferência Episcopal Argentina, monsenhor José María Arancedo, que gravou uma mensagem para ser exibida na TV junto às Avós para pedir colaboração na identificação das 385 pessoas que se estima que ainda mantenham uma falsa identidade.

Sobre a abertura do arquivo do Vaticano, propriedade exclusiva da Santa Sé, Estela garantiu que "o caminho não está fechado", mas deve ser percorrido "devagar".

Com relação ao tema, o embaixador da Argentina perante a Santa Sé, Juan Pablo Cafiero, afirmou que o próprio papa falou em junho de 2013 sobre "assistência especial para causas humanitárias". O diplomata informou que mediante um pedido judicial por parte da Argentina seria possível acessar o histórico arquivo. EFE

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