Fim do controle cambial na Argentina influenciará comércio com Brasil

O dólar escalou mais de 40% na Argentina, depois de o governo ter anunciado o fim dos controlos cambiais.

Buenos Aires, 16 dez 2015 (AFP) - O governo argentino do presidente Mauricio Macri anunciará nesta quarta-feira (16) a eliminação das restrições no mercado cambial que estão em vigor desde 2011.

Hoje será medida a demanda nas ruas e definida a diferença em relação à última cotação oficial da moeda no país, que já teve paridade com o dólar entre 1991 e 2001.

O ministro de Economia e Finanças argentino, Alfonso Prat-Gay, explicou, em coletiva de imprensa, que "quem quiser comprar dólares poderá fazer isso, quem quiser exportar também poderá fazê-lo sem pedir permissões e quem quiser importar, poderá importar". "O preço do dólar será decidido amanhã (sexta-feira) pelo mercado". Até agora, as pessoas só podiam adquirir 2.000 dólares por mês.

Ainda de acordo com o ministro, o Banco Central poderá intervir quando for necessário para manter um preço que a autoridade monetária considere razoável.

Ele estima que entrarão nos cofres argentinos "entre 15 e 25 bilhões de dólares nas próximas quatro semanas".

Prat-Gay, acredita que a medida, junto ao anúncio do fim dos impostos para exportação, deve chamar a atenção do mercado internacional para a terceira maior economia da América Latina.

Para poder suspender a 'banda', e autorizar assim a venda de dólares a empresas e grandes grupos econômicos, Prat-Gay e Federico Sturzenegger, presidente do BC, aceleraram nos últimos dias as negociações com bancos e exportadores para conseguir empréstimos e liquidações antecipadas de vendas ao exterior.

Além disso, cortou em cinco pontos uma taxação (de 35% para 30%) à soja.

Para Guillermo Suárez, dono de uma sapataria, disse que "essas medidas acabarão com o consumo e a indústria nacional".

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