CASO NISMAN

A Argentina está intensificando os esforços para capturar Antonio Stiuso, ex-espião foragido que seria peça-chave na elucidação da morte misteriosa do promotor Alberto Nisman, em janeiro deste ano. Segundo o governo argentino, ele estaria escondido em Miami, nos EUA.

Na última segunda-feira, 28, em seu discurso na 70ª Assembleia Geral da ONU, a presidente argentina Cristina Kirchner insinuou que os EUA estariam dando proteção a Stiuso. “Eu diria que ele está sendo protegido. Protegido do que? Eu não sei”.

Oscar Parrilli, atual secretário de Inteligência argentino, alertou que o caso pode colocar em risco a relação entre os dois países e informou que o governo pretende convocar o embaixador americano em Buenos Aires, Noah Mamet, para dar explicações “sobre a completa falta de resposta e, em certo nível, de cumplicidade em torno da situação”.

Stiuso é ex-membro do Serviço de Inteligência (SI) argentino, desativado em janeiro deste ano pela presidente. Ele é acusado pela Justiça argentina de induzir Nisman a fabricar alegações infundadas que acusavam Cristina de encobrir a participação do Irã em um atentado a bomba feito em 1994, contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). O atentado matou 85 pessoas e foi o maior já ocorrido na Argentina.

O caso desencadeou uma forte crise política. Pouco tempo depois, Nisman foi encontrado morto com um tiro na cabeça dentro de seu apartamento e Stiuso desapareceu logo depois. Para Cristina e seus ministros, Stiuso é o maior suspeito do assassinato, já que, segundo eles, a morte de Nisman seria conveniente para ele, pois o isentaria de qualquer acusação, além de aprofundar a crise no governo.

Fontes:
The Guardian-Argentina warns US to cooperate in heightened search for fugitive spy chief

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