As Malvinas são argentinas


Foto Reprodução

Do G1, em São Paulo
O Diário Oficial da Argentina publicou, ontem, uma lei que obriga todos os veículos de transporte público – rodoviários, ferroviários, aquáticos e aéreos – a trazerem em lugar “visível e destacado” a frase “As Ilhas Malvinas são argentinas”, segundo informa o diário local El Clarín. A nova regra diz ainda que todas as estações de parada também devem ter a mensagem. A tipografia e o formato ainda devem ser regulamentadas.
A frase faz referências à Guerra das Malvinas. Em 1982, a ditadura argentina do general Leopoldo Galtieri ocupou as ilhas, uma possessão do Reino Unido, com suas tropas, deflagrando uma guerra que terminou com a rendição do país sul-americano, após 74 dias de combates. O assunto, até hoje, suscita mágoas em parte da população argentina.
A guerra começou em 2 de abril de 1982, após a Argentina invadir o arquipélago que considera sua extensão territorial histórica. O país entende que, ao se tornar independente em 1822, passou também a controlar as ilhas, que pertenciam aos espanhóis. Já os britânicos afirmam que dominam a região desde 1833, quando ocuparam e colonizaram o arquipélago.

Ditadura em crise
Para os historiadores, o início da guerra foi a arma do ditador argentino, general Leopoldo Galtiere, para dar fôlego ao governo militar, já agonizante no país. A então primeira-ministra britânica Margareth Thatcher, que enfrentava uma crise de popularidade, reagiu com força.
No final de abril, 28 mil soldados em 100 navios chegaram ao arquipélago para defender seus 1.800 habitantes, considerados por Thatcher parte da “tradição e reserva britânica”. A Argentina contava com uma tropa com 12 mil soldados nas ilhas e cerca de 40 navios.
No dia 2 de maio, os britânicos afundaram o navio argentino General Belgrano, matando todos os 326 tripulantes. Dois dias depois, a embarcação britânica HMS Sheffield foi atingida por um míssil Exocet e afundou deixando 20 mortos. A guerra, que durou 75 dias, só acabou em 14 de junho, com a rendição dos argentinos. Ao todo, 258 britânicos e 649 argentinos morreram no conflito.
As relações diplomáticas entre o Reino Unido e a Argentina só foram retomadas em 1990, mas ainda há rusgas. Desde então, o governo argentino mantém uma reivindicação pacífica das ilhas, mas o Reino Unido diz que a soberania do território não está em negociação. Cerca de mil soldados britânicos patrulham as Malvinas e estão envolvidos em ações como construção de estradas e monitoramento de campos minados.
Exceto pela defesa, os cerca de 2,9 mil moradores da ilha atualmente são autossustentáveis. A venda de licenças para pescar garante boa parte da arrecadação, mas a agricultura também é importante. O Reino Unido explora a área ainda em busca de petróleo. O turismo também vem crescendo ao longo dos anos no arquipélago, que recebe cruzeiros com viajantes interessados na rica diversidade marinha e nas colônias de pinguins.

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