Argentina sonha alto com Driussi

A Copa do Mundo Sub-17 da FIFA vem sendo uma pedra no sapato para a Argentina. Tanto é que o selecionado alviceleste nunca conseguiu vencer o torneio, único prêmio do futebol de campo que não enfeita a sala de troféus da federação do país.

Para a disputa do Mundial de 2013, nos Emirados Árabes Unidos, os argentinos, campeões do último Campeonato Sul-Americano da categoria, têm vários motivos para sonhar grande. Um deles é contar com aquele que foi eleito o melhor jogador da competição: Sebastián Driussi, um artilheiro que já é conhecido na Europa.

O jovem diz ao FIFA.com que o fato de este Mundial vir sendo o grande obstáculo da Argentina não é um peso para o elenco antes da disputa no Oriente Médio. "Já falamos muito desse assunto entre os companheiros, e a comissão técnica sempre comenta isso conosco. Mas, para nós, não é nem um peso nem uma pressão. Pelo contrário: é uma motivação. Sabemos da dificuldade, conhecemos nossos adversários, mas o prêmio é muito grande. É poder entrar para a história", afirma.

Passo a passo
Driussi fez cinco gols no Sul-Americano, que serviu de eliminatórias para a Copa do Mundo Sub-17 e foi disputado em San Luís, na Argentina. Essa conquista permitiu ao elenco se conhecer bem e enfrentar junto os momentos de adversidade – o selecionado teve um mau início no torneio continental –, além de começar a sonhar grande, de olho em Dubai. É lá onde a Alviceleste jogará seus três compromissos da primeira fase, no Grupo E. Passar desta etapa, aliás, é o primeiro objetivo dos jovens argentinos, comandados por Humberto Grondona.

"Nosso plano, antes de tudo, é superar a primeira fase. Temos claro em nossas cabeças que nunca se deve pensar no fim, mas sim no que vem em primeiro lugar. Sabemos das dificuldades que enfrentaremos, apesar de que é possível dizer que nosso grupo não é complicado. É claro que temos muitos sonhos e vontade de seguir em frente, mas precisamos pensar em uma coisa de cada vez. No lado pessoal, quero ser o artilheiro, mas isso não servirá de nada se não alcançarmos nossas metas. Vamos dar um passo de cada vez", comenta, mostrando pés no chão.

Para o atacante, acima de tudo está a união do elenco. "Temos um grupo incrível, muito bom, de bons jogadores e de garotos fantásticos. Somos muito unidos, e isso é uma coisa que quero destacar porque é o mais importante. Sabemos o que está em jogo, trabalhamos muito duro e vamos fazer tudo que for possível para ser campeões mundiais", garante.

Estilo argentino
Driussi é um típico jogador surgido na inesgotável fonte de talentos do futebol argentino. "Sou um otimista, gosto de marcar gols. Vou sempre para frente, encaro os zagueiros, procuro o gol. Mas nem sempre fui um camisa 9, que é minha posição agora. Antes, jogava mais recuado, de 10 ou de meia de ligação. Também posso atuar nessa posição. Tenho bom toque de bola e cabeceio e chuto bem", se descreve o jogador do River Plate.

Com 1,78 m de altura e revelado nas categorias de base dos "Milionários", ele acaba de ser campeão do Mundialito Sub-17 de Clubes organizado pela Província de Madri, na Espanha. Nessa competição, ajudou seu time a derrotar Atlético de Madri, Sampdoria e Barcelona, entre outros. Driussi foi o artilheiro com três gols e passou a ser considerado por equipes do Velho Continente. "Foi muito bonito o que eu e os companheiros do River conseguimos juntos. Mas agora minha cabeça está na seleção e no que virá pela frente no Mundial. É a oportunidade que eu estava esperando", diz.

Driussi pensa tão grande que, apesar de comedido no início, acaba deixando claras suas metas. "À medida que as coisas vão acontecendo e tudo vai dando certo, eu vou tendo mais certeza. Sempre pensei em estrear profissionalmente com a camisa do River – algo que ainda não ocorreu –, ser campeão com o time pelo qual eu torço, e claro, jogar na Europa. Mas meu sonho, meu verdadeiro sonho, é ser campeão mundial pela Argentina. Lutarei por isso nos Emirados Árabes", conclui.

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