Argentina poderá pagar parte da sua dívida com bancos

BUENOS AIRES, ARGENTINA. A Argentina vai poder pagar parte de seus débitos. O juiz norte-americano Thomas Griesa determinou nesta sexta que os bancos Euroclear Bank e Clearstream Banking vão poder usar o dinheiro que o país depositou para pagar os credores da dívida reestruturada. Ele havia congelado esses valores até que a disputa com os fundos especulativos, os chamados abutres, fosse resolvida. O Citibank já tinha autorização para efetuar os pagamentos.

Várias entidades financeiras tinham apresentado a Griesa uma moção de esclarecimento sobre o que deviam fazer com os fundos que a Argentina aplicou a tempo para pagar os proprietários de dívida reestruturada e que o magistrado recomendou congelar para que o país não incorresse em desacato ao tribunal, criando um conflito com as leis de outros países.

Nesta sexta, Griesa teve nova reunião com representantes argentinos e dos fundos litigantes, aqueles que o governo argentino chama de fundos abutres. Eles se recusam a receber um valor inferior pelos títulos que compraram. São uma minoria – representam menos de 10% dos credores.

Não se chegou a um acordo. Griesa determinou que a Argentina deve continuar a negociar com essas empresas. A Argentina depositado dinheiro para pagar a parte dos credores que renegociaram as dívidas do país em 2005 e 2010. Faltou apenas a parte referente aos “fundos abutres”, uma dívida que o país não reconhece.

Calote confirmado. A Isda – autoridade privada que regula o mercado de “credit default swaps” (CDS) – decidiu nesta sexta que a Argentina entrou em calote. Com isso, os investidores que compraram esses contratos, uma espécie de seguro anticalote, deverão ser ressarcidos. No mercado, compra-se e vende-se seguro para o caso de algum país não pagar sua dívida. Essa entidade determina, caso a caso, se houve um calote que precise ser compensado para quem pagou pelo seguro. Os componentes do comitê votaram “sim”.

Juiz critica as “meias verdades”

Buenos Aires. Em nova audiência em Nova York nesta sexta, o juiz Thomas Griesa, que toma as decisões do litígio entre a Argentina e os “fundos abutres”, criticou as “meias verdades” que vêm sendo ditas pelo governo argentino e exigiu que o país siga negociando com os credores, por meio do mediador, independentemente “se houve ‘default’ ou não”.

O governo argentino chegou a pedir que o mediador Daniel Pollack deixasse as negociações por ter “quebrado a confiança”.

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