O Vaticano negou nesta sexta-feira que o papa Francisco tenha sido omisso quanto a crimes de direitos humanos cometidos durante a ditadura argentina.
"Nunca houve uma acusação concreta e crível contra ele", disse o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, acrescentando que o papa - ainda enquanto cardeal Jorge Mario Bergoglio - nunca foi formalmente acusado.
Lombardi atribuiu as críticas a Bergoglio a "elementos esquerdistas anticlericais sendo usados para atacar a Igreja".
Bergoglio liderava os jesuítas argentinos durante o governo militar do país. Livro de um jornalista local acusa-o de não proteger dois jesuítas detidos pela ditadura, em 1976. Bergoglio nega.
Já um biógrafo do então cardeal, Sergio Rubin, afirma que Bergoglio agiu nos bastidores para tentar libertar os padres.
Outra acusação da época diz respeito a omissão no pedido de ajuda para encontrar o bebê de uma mulher sequestrada durante a gravidez, em 1977. Acredita-se que o bebê tenha sido ilegalmente adotado.
Em 2010, Bergoglio testemunhou que só soube do roubo do bebê após a queda da junta militar, argumento questionado pelos familiares da mulher.
Ao mesmo tempo, o Prêmio Nobel da Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel, também saiu em defesa do novo papa, dizendo à BBC Mundo que ele "não tinha vínculos com a ditadura".