Vale suspende obras de mina de potássio na Argentina

Vale suspende obras de mina de potássio na Argentina

Em 2012, algumas de suas instalações foram tomadas por desempregados

24.01.2013 | Atualizado em 24.01.2013 - 22:32

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Estadão Conteúdo

As obras do projeto de potássio da Vale na Argentina estão suspensas, sem prazo definido para serem retomadas. A empresa informou ter prorrogado o recesso de fim de ano dos trabalhadores - que começou em 22 de dezembro -, “enquanto analisa variações nos fundamentos econômicos do projeto”.

O projeto de potássio de Rio Colorado, no município de Malargüe, no sul da província de Mendoza, foi anunciado com toda pompa pela presidente Cristina Kirchner em 2011, e seria o maior investimento privado da história do país, com um total previsto de US$$ 5,9 bilhões. Até outubro passado, segundo a Vale, havia sido investido US$$ 1,08 bilhão.

O secretário de Infraestrutura e Energia de Mendoza, Ronaldo Baldasso, afirmou que o projeto “não está cancelado”. Segundo ele, “existem questões financeiras que estão levando a uma reestruturação operacional”. Rio Colorado prometia ser a maior mina de potássio da Argentina, pois previa a produção de 4,3 milhões de toneladas do produto por ano. A mina foi adquirida pela Vale em 2009 da anglo-australiana Rio Tinto.

O início das operações da obra, que envolveria duas mil pequenas e médias empresas argentinas, estava previsto para 2014. A projeção dos investimentos para 2013 era de US$$ 600 milhões.

Obras
Até a suspensão, as obras de instalação da mina de potássio incluíam a construção de uma fábrica processadora na mesma região, além de uma usina termoelétrica. As obras também pretendiam englobar a construção de uma ferrovia de 360 quilômetros para unir Malargüe com Zapala. Esta cidade seria ligada pela ferrovia Ferrosur com a cidade de General Cerri. Dali, segundo o projeto original, a produção seria levada até Bahía Blanca, onde seria construído uma nova terminal portuária no porto de Ingeniero White.

Nesta quinta-feira, a Assembleia de Pequenos e Médios Empresários de Bahia Blanca também confirmou a paralisação das obras na área portuária. $Pressões$ Apesar do porte dos investimentos, a Vale sofreu problemas desde o início dessas obras na Argentina. Em 2011, o projeto sofreu atrasos por causa da pressão de sindicatos da construção civil em Mendoza. Além disso, a Vale foi alvo de pressões por parte dos governos de Mendoza e Neuquén, que brigavam entre eles e exigiam grande participação dos fornecedores locais.

Em 2012, algumas de suas instalações foram tomadas por desempregados. De quebra, no ano passado, o governo da presidente Cristina Kirchner impôs restrições ao envio de divisas para o exterior a todos os setores da economia, incluindo a Vale. Líderes da oposição afirmam que o governo de Cristina Kirchner está “afugentando” investidores internacionais, com suas constantes intervenções na economia.

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