Aos pés da Cordilheira dos Andes, bem próxima de Santiago do Chile e a mais de mil km de Buenos Aires, Mendoza é considerada a capital argentina do vinho. Concentra cerca de 70% da produção de vinho da Argentina.
“O vinho vem brindar o destino, mas não é exclusivo para enófilos. Para quem não tem intimidade com o vinho é uma forma de introduzir o contato com a bebida, além da tranquilidade e a bela Paisagem”, define Paulo Barnabé, gestor de filiais da Calcos Brasil Operadora.
A infraestrutura turística de Mendoza oferece excelentes hotéis e restaurantes. Aos apreciadores da jogatina, é uma das opções da América do Sul para curtir cassinos.
A cidade também oferece roteiros de esportes de aventura. Mendoza é também o ponto de partida para se chegar ao Monte Aconcágua, considerado o ponto mais alto do Hemisfério Sul.
Caminhos do vinho
O Estado de Mendoza concentra cerca de mil vinícolas que têm a Malbec - variedade de uva - como a grande estrela. Próximo à cidade a produção ocorre em três regiões: Lujan de Cuyo, Maipo e Vale do Uco, cujos vinhos renderam a Mendoza a fama de produtora de alguns dos melhores rótulos das Américas.
Em vinícolas tradicionais, modernas e até em bodegas artesanais é possível conhecer o processo de fabricação da bebida, degustá-la ou saborear almoços harmonizados. “Algumas vinícolas oferecem hospedagem bem privativa, com cinco ou seis apartamentos onde a pessoa irá fazer uma imersão no vinho com jantares harmonizados”, diz Paulo Barnabé, gestor da Calcos Brasil Operadora.
Em Lujan estão as bodegas mais famosas da Argentina, como a Catena Zapata. Semelhante a uma pirâmide asteca, o centro de degustação encanta o visitante por ser rodeada de vinhedos e conter os mais premiados vinhos do país.
Referência na vinicultura argentina, com sua experiência de mais de 120 anos, a Trapiche fica na região de Maipo. “É uma vinícola mais diversificada, que oferece desde rótulo simples aos mais premiados”, comenta Barnabé.
Ainda em Maipo está a Zucardi, ideal para almoçar com vista para os vinhedos.
Já a Bodega Carinae vale uma visita por ser pequena e artesanal. Ela tem o charme de ser administrada por um casal francês que faz questão de receber os visitantes no jardim do local.
Mesmo a cerca de 100 km de Mendonza, Valle do Uco compensa pelas belas paisagens. Nele está a bodega Fournier, a 1,7 km de altitude e distante apenas 15 km da Cordilheira dos Andes. Em Fournier os vinhos são degustados apenas em um cardápio harmonizado, admirando os Andes e vinhedos das janelas de vidro do restaurante.
Pode-se curtir o roteiro das vinícolas com cicloturismo. Em bikes alugadas ou pacotes chamados “Wine Bike Tours’ pode-se percorrer quilômetros admirando os parreirais na beira da estrada e sentir o aroma do mato, além de se deslumbrar com a paisagem da Cordilheira. E ao final degustar taças de vinhos produzidos nas bodegas.
Ecoturismo e esportes de aventura
A proximidade da Cordilheira dos Andes permite explorar o ecoturismo e os esportes de aventura, como trekking, rafting e escalada de montanha. Para os menos aventureiros, há as cavalgadas, os passeios de bicicleta e caminhada no Parque Provincial Aconcágua.
Todos são praticados nas proximidades do Lago Potrerillos, a cerca de 60 km de Mendoza, rota que leva também ao Parque Provincial Aconcaguá, conhecido como passeio da Alta Montanha.
Para explorar a pé, no final da tarde
As ruínas de São Francisco, templo construído pela Companhia de Jesus no século 18, é um dos principais pontos turísticos e históricos da cidade. O templo jesuítico já resistiu a um terremoto. “É interessante pelo contexto histórico e pelo horizonte, que emoldura a igreja, tornando o espetáculo imperdível”, comenta Barnabé.
Não deixe de andar pelas quadras que compõem o Passeio Alameda, um dos mais famosos passeios públicos de Mendoza. Vale sentar em um dos seus restaurantes, cafés e bares charmosos com mesinhas nas calçadas. “Fica próximo à praça Central, que concentra os hotéis, e é um ponto bonito”, diz o gestor.
A Praça Independência é um marco da cidade. A principal de Mendoza, com seus 55 mil m² e quatro quarteirões de área verde, é considerada Patrimônio Municipal. No seu subsolo estão o Museu de Arte Moderna e o teatro Julio Quintanilla.
O Parque General San Martin, com um anfiteatro e um lago artificial a ser navegado, é um dos pontos de visitação de Mendoza. “Compensa ser visitado na primavera e no verão”, ressalta.
Já para saborear as famosas parrilhas e empanadas mendocinas, pratos típicos da culinária local, Barnabé sugere explorar os estabelecimentos pequenos. “Toda plana, Mendoza é ideal para se conhecer a pé, em um final da tarde.”