Treta! Internet reage à resposta da chanceler venezuelana a Macri …

​Rodríguez, enviada pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, que resolveu não participar da reunião desta segunda-feira (21), disse que o novo governo argentino estava violando os princípios do direito internacional, particularmente o direito à não-ingerência nos assuntos internos de um Estado e o direito à autodeterminação dos povos.

​A ministra também estava preparada para responder às previsíveis críticas que Macri faria em relação aos direitos humanos na Venezuela, tanto que estava munida de fotos que supostamente comprovavam o caráter violento que as manifestações contra o governo chavista tomaram em Caracas no ano passado.

​“O senhor está defendendo esta pessoa, nós sabemos”, disse ela, mostrando uma foto de Leopoldo López, líder oposicionista venezuelano condenado a 13 anos de prisão por seu suposto papel nos protestos que deixaram 43 mortos no país no ano passado.

​Lopez foi acusado de incitação pública à violência, incêndio intencional e danos à propriedade pública, entre outros delitos. Sua libertação foi um dos objetivos em que Macri mais insistiu durante sua campanha eleitoral na Argentina. 

"O senhor está defendendo esse tipo de manifestação. O senhor está defendendo esta violência política. Bazucas foram usadas nessas supostas manifestações durante o ano de 2014 na Venezuela”, acrescentou a chanceler venezuelana, exibindo outras imagens aos líderes reunidos na Cúpula. “Incendiaram o Ministério Público. Incendiaram serviços públicos essenciais”.

​Em seguida, Rodríguez disse que entendia por que Macri defendia a libertação desses opositores “violentos” na Venezuela, alegando saber “que um de seus primeiros anúncios [de Macri] foi liberar os responsáveis pelas torturas, desaparecimentos e assassinatos durante a ditadura na Argentina”.

Presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, e presidenta do Brasil, Dilma RousseffPosteriormente, a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, disse que o Presidente Macri não responderia à acusação porque esta estava baseada em uma informação errônea. Na verdade, o presidente argentino teria se manifestado contra a libertação dos torturadores e dito que os julgamentos dos crimes contra a humanidade continuariam, depois que um editorial do jornal La Nación pedira a libertação dos repressores de idade avançada condenados por crimes contra a humanidade durante a ditadura. O jornal, segundo a rede TeleSUR, usara parte de uma frase dita por Macri por ocasião de sua vitória eleitoral para dar título ao editorial: “Sem mais vingança”.

​Além disso, entretanto, Rodríguez também destacou os “duplos padrões” e a “dupla moral” do presidente argentino, dizendo que a líder do movimento social Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, estava sendo acusada na Argentina por convocar manifestações contra o governo de Macri. 

​"Se vamos falar de direitos humanos de forma franca, como pediu o Presidente Macri, temos que fazê-lo sem padrões duplos e sem dupla moral. (…) Não podemos falar de direitos humanos para defender os violentos que causam ações de natureza terrorista nem para penalizar ou criminalizar os protestos sociais", disse a ministra.

​Como não podia deixar de ser, a resposta contundente da chanceler foi motivo de brincadeiras entre os internautas, especialmente entre os argentinos que criaram a hashtag #MacriVerguenzaNacional ("Macri, vergonha nacional")…

​ Confira a resposta na íntegra de Delcy Rodríguez a Mauricio Macri:

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