Foi na deslumbrante paisagem de El Calafate, na Patagônia Argentina, cercada por montanhas cobertas de neve e pelas águas cristalinas do Lago Argentino que a equipe de “Sete Vidas”, a próxima novela das seis da Globo, com exibição pela TV Diário, gravou as primeiras cenas da trama.
Sob a direção de Jayme Monjardim, o trabalho durou quase 30 dias e contou com cerca de 50 pessoas, entre elenco, produção e equipe técnica. Somando figuração e participações de elenco argentino, o set chegou a ter, em alguns dias, cerca de 80 pessoas. Uma tonelada de equipamentos e 34 malas com figurinos foram necessários para a realização das gravações.
O dia de trabalho começava cedo e o cronograma a cumprir era extenso. Para driblar o frio e tornar mais agradável a rotina no set, eram servidos chás e outras bebidas quentes, croissants quentinhos e os tradicionais alfajores para todos. Na hora do almoço, a comida preparada por um restaurante local sempre incluía pratos típicos da culinária patagônica, como bife de chorizo e cordeiro.
Os dez primeiros dias de gravação aconteceram integralmente dentro de um barco, em meio aos icebergs do Lago Argentino. Lá foram gravadas as cenas da viagem de Miguel (Domingos Montagner), o protagonista da novela, à Antártica. Na trama de Lícia Manzo, Miguel é um oceanógrafo que viaja sozinho em uma expedição arriscada. Nos outros dias, as locações principais foram o famoso Glaciar Perito Moreno, a maior geleira em extensão horizontal do mundo, e o porto Punta bandera. Além de Domingos Montagner, Debora Bloch, Leonardo Medeiros, Isabelle Drummond e o ator argentino Michel Noher participaram das gravações na Argentina. “Foram dias exaustivos e ao mesmo tempo prazerosos. O resultado ficou incrível, a novela está linda. Estou muito feliz, tudo ocorreu como eu imaginei”, conta o diretor Jayme Monjardim.
A história
O frio e as condições inóspitas da Patagônia refletem a busca por isolamento do protagonista Miguel. Marcado por uma tragédia, que o tornou solitário e esquivo, ele faz questão de manter-se livre de laços ou amarras até que conhece Lígia (Debora Bloch), por quem inesperadamente se apaixona.
Incapaz de resistir a este amor, Miguel planeja uma viagem sem prazo de volta à Antártica, onde pretende refugiar-se da intensidade de seus sentimentos por Lígia. Nos mares gelados, Miguel sofre um acidente e é dado como morto, enquanto Lígia - acreditando ter perdido para sempre o grande amor de sua vida - descobre que está grávida.
Ao mesmo tempo, Júlia (Isabelle Drummond), jovem gerada via inseminação artificial, de posse do número de registro de seu doador anônimo, descobre através da web que possui um meio-irmão, Pedro (Jayme Matarazzo). Dispostos a romper o anonimato que envolve a origem de ambos, Pedro e Júlia deixam uma carta na clínica onde foram concebidos. A carta é encaminhada para o doador em questão, e aberta por sua mulher Lígia, a esta altura supostamente viúva e grávida de um meio-irmão dos dois.
As tramas principais se cruzam e Júlia, Pedro e Joaquim (filho recém-nascido de Lígia e Miguel) passam a compor então um novo e inusitado núcleo familiar. Aos três irmãos irão somar-se ainda o adolescente Bernardo (Guilherme Lobo), os gêmeos Laila (Maria Eduarda) e Luís (Thiago Rodrigues), e Felipe (Michel Noher), jovem argentino, portador de uma doença autoimune.
Com backgrounds familiares, culturais e financeiros absolutamente diversos, os sete meio-irmãos - filhos do mesmo doador número 251 - recebem-se na vida um dos outros, compondo um retrato a um só tempo inusitado e real do que podemos hoje chamar de ‘nova família’.
De forma não calculada e imprevista, a rede de afeto gerada pelos sete meio-irmãos, irá resgatar Miguel - pai biológico de todos e supostamente morto - de seu patológico isolamento. “Essa mistura humana é extremamente rica. Traz conflitos, possibilidades de laços, afeto, acho que é um tema muito interessante”, enaltece a autora Lícia Manzo. A novela tem previsão de estreia para março de 2015.