Segundo presidente da Vale, venda do Rio Colorado deve demorar

Mineração

Murilo Ferreira afirmou que ainda está em busca de investidores interessados no empreendimento argentino

Potássio Rio Colorado, da mineradora Vale, na ArgentinaPotássio Rio Colorado, da mineradora Vale, na Argentina

Mesmo com a dificuldade em encontrar investidores estratégicos, a Vale continuará promovendo o projeto Rio Colorado

(Reprodução)

De acordo com Murilo Ferreira, presidente da mineradora Vale, a venda do projeto Rio Colorado, na Argentina, não deve acontecer tão cedo. A companhia ainda está em busca de investidores interessados no empreendimento, que está suspenso há dois meses. “São coisas que certamente demoram, não são decididas overnight”, disse o executivo.

Recentemente, a Vale anunciou um acordo com alguns sindicatos e autoridades argentinas que visava demitir seus funcionários e suspender o projeto, custeado em 6 bilhões de dólares. O convênio se deu por conta das constantes ameaças do governo local, que desejava retomar a concessão, visto que o negócio estava suspenso. Contudo, a lei argentina garante o direito ao benefício por até quatro anos, ainda que ela não receba investimentos durante o período.

Mesmo assim, a mineradora vai continuar promovendo o projeto com o intuito principal de encontrar investidores que possam cobrir os 2 bilhões de dólares já gastos na mina e no aprimoramento da ferrovia e do porto.

Ferreira estuda formas de produzir potássio para ser utilizado como matéria-prima de fertilizantes, substituindo o Rio Colorado. “Estamos discutindo as alternativas e todo o planejamento, as prioridades, porque o nosso plano A era o projeto da Argentina”, explicou.

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Siderurgia - Dos três projetos propostos, a Vale considera descartar ao menos dois deles, incluindo a usina programada para ser levantada no Espírito Santo. A decisão veio após o desânimo da companhia em vista da carência de investidores estratégicos. Outra usina que se mantém como dúvida é a Aços Laminados do Pará (Alpa), no norte do país. Segundo Ferreira, ela não será retomada enquanto não encontrarem uma saída para o impasse da logística, travada devido à exclusão de uma hidrovia fundamental à siderúrgica do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo governo federal.

Economia brasileira - O presidente da Vale ainda defendeu a economia nacional ao explicar que a situação das nações estrangeiras não é superior à brasileira. Ele contou que observou dificuldades no exterior em suas muitas viagens pelo mundo, e que seria “ingenuidade achar que temos um cenário benigno no Brasil”. Ferreira destacou o recuo da participação da Vale no mercado nacional de minério de ferro, e que a empresa visa maior participação nas vendas brasileiras.

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(com Agência Reuters)

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