Ricardo Saibun/Diário Sp
O técnico Muricy Ramalho durante um treino do Santos
Por: Luciano Ribeiro / Santos
Quando o Cruzeiro contratou Montillo, em 2010, poucos no Brasil sabiam que se tratava de um meia raro dentro do futebol. O argentino rodou por seu país e ainda era um desconhecido até começar a se destacar na Universidad de Chile, em 2008. A receita chilena, então, é a mesma usada pelo Santos para tentar suprir a perda de Paulo Henrique Ganso.
O técnico Muricy Ramalho está de olho no Campeonato Argentino, justamente pensando em descobrir um novo Montillo. O treinador já se conformou com a escassez de meias clássicos no Brasil e sabe que o grande sonho da diretoria, o ex-santista Diego (atualmente no Wolfsburg-ALE), é difícil de ser realizado. Por isso, resolveu atravessar a fronteira.
“Os bons jogadores se transferem muito rapidamente e, por isso, (o Argentino) não é um campeonato de nível alto. Mas continuamos acompanhando, porque sempre aparece algum jogador interessante por lá”, afirmou o treinador do Peixe.
O Santos vem sofrendo com a falta de um camisa 10 talentoso como Paulo Henrique Ganso, que não queria mais ficar na Vila e foi vendido para o São Paulo. Muricy vê a figura do clássico meia de ligação, que para a bola, levanta a cabeça, faz toques e assistências precisos, como um tipo em extinção.
“Nós temos muitos jogadores de velocidade, corredores, mas não temos um meia para pensar o jogo, cadenciar quando for preciso”, argumentou Muricy, que não tem se empolgado com Bernardo, contratado junto ao Vasco, o que mais se aproxima do estilo que ele procura.
Antecipação/ O tempo está a favor do Santos. Com o time apenas cumprindo tabela no Brasileirão, a direção já planeja 2013. A procura por um camisa 10 na Argentina, porém, não é uma tarefa das mais simples.
“Quando você faz um convite, o valor vai lá para cima”, reclamou Muricy, que, recentemente, perdeu Martínez para o Corinthians por esse motivo.
Nesta semana, o treinador elogiou bastante outro argentino que está no Benfica, de Portugal. Disse que seria interessante contar com Pablo Aimar, de 32 anos. Mas a cúpula alvinegra quer atletas mais jovens.
Enquanto o sonho de ter Diego, de 27 anos, não se torna realidade, Muricy vai ter de garimpar, mesmo, no país vizinho.