LONDRES - A Grã-Bretanha rejeitou pedidos nesta quinta-feira da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para conversar sobre as disputadas Ilhas Malvinas depois que ela escreveu uma carta aberta ao primeiro-ministro britânico, David Cameron.
A Grã-Bretanha e a Argentina lutaram uma guerra de 10 semanas em 1982 pelas ilhas remotas no Atlântico Sul, que são parte dos territórios autônomos de além-mar da Grã-Bretanha.
Cristina lembrou o 30º aniversário do conflito com uma campanha diplomática prolongada para afirmar a reivindicação da soberania argentina, cuja importância foi levantada pela exploração de petróleo nas águas ao redor das ilhas.
Em sua carta, publicada nos jornais britânicos, Cristina acusou a Grã-Bretanha de romper as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) que pediam que os dois países negociassem uma solução para a disputa.
"A questão das Ilhas Malvinas também é uma causa apoiada pela América Latina e por uma vasta maioria de povos e governos ao redor do mundo que rejeitam o colonialismo", escreveu Cristina.
Cameron rejeitou o pedido dela por negociações, mantendo a postura de Londres de que as aproximadamente 3.000 pessoas das Malvinas tinham optado por serem britânicas.
- O futuro das Malvinas deveria ser determinado apenas pelos moradores das Malvinas - disse ele. Sempre que lhes perguntam suas opiniões, eles dizem que querem manter seu status atual com o Reino Unido - acrescentou.
Os habitantes da ilha devem votar majoritariamente em favor do arranjo atual em um referendo neste ano.
- Espero que a presidente da Argentina escute o referendo e reconheça que os moradores das Malvinas devem escolher seu futuro - disse Cameron.
- Enquanto eles optarem por permanecer com o Reino Unido, eles têm 100% de meu apoio - acrescentou.
Cristina disse que sua carta aberta foi escrita para coincidir com o 180º aniversário do dia em que a Argentina foi "forçosamente despojada" das ilhas, no que ela chamou de um "exercício descarado de colonialismo do século 19".
Observando que as ilhas ficam a 14.000 quilômetros de Londres, Cristina acusou a Grã-Bretanha de expulsar argentinos do território e realizar um "processo de implantação de população".
A Grã-Bretanha nega isso, dizendo que nenhum civil foi expulso das Malvinas em ou depois de 3 de janeiro de 1833.