Protestos-Argentina

Ruralistas param por um dia contra presidente argentina

SÃO PAULO, SP, 26 de dezembro (Folhapress) - Os produtores agropecuários das quatro principais entidades rurais da Argentina fizeram uma paralisação de 24 horas hoje contra a decisão do governo Cristina Kirchner de expropriar o prédio da Sociedade Rural Argentina, em Buenos Aires.

O prédio, que fica no bairro de Palermo, abriga a maior feira agropecuária do país e é mantido pelos produtores. A tomada do edifício pode voltar a dar força ao embate com produtores que começou em 2008, quando Cristina tentou criar imposto sobre as exportações, maior crise de seu primeiro mandato.

A paralisação começou durante a madrugada e interrompeu a produção no Mercado Central de Buenos Aires, principal entreposto de carne bovina do país. Foram comercializadas metade das cabeças de gado de um dia útil normal.

O presidente da Sociedade Rural Argentina, Luis Miguel Etchevehere, afirmou que não descarta a extensão da paralisação e a adesão de outras categorias, como a de produtores de grãos. Ele ainda convocou um protesto amanhã na porta do prédio.

Em comunicado, a entidade disse que o protesto será contra a ofensiva contra entidade e pela "defesa dos valores republicanos e da Constituição Nacional". Ele diz que o governo deu apenas 30 dias para que o espaço fosse desalojado.

Por outro lado, as autoridades afirmam que a Sociedade Rural pagou "um valor insignificante" pelo prédio, que está em uma zona nobre. A entidade desembolsou US$ 30 milhões em 1991, enquanto a Suprema Corte o avaliou em US$ 131,8 milhões.

Hoje, a pedra que identifica o prédio amanheceu pichada com mensagens atribuídas ao movimento Juventude Peronista Evita, grupo próximo da presidente.

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