Protecionismo argentino prejudica exportação brasileira, diz Pimentel

Por Renata Agostini
BRASÍLIA, DF, 18 de setembro (Folhapress) - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou hoje que a Argentina aumentou a adoção de medidas protecionistas, o que vem prejudicando as exportações brasileiras ao país vizinho.
"Estamos vivendo uma situação sazonalmente um pouco apertada com nossos irmãos argentinos. Houve um recrudescimento das medidas protecionistas ali", afirmou durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
Segundo o ministro, essa postura é observada todo fim de ano, quando o governo argentino "costuma apertar mais as restrições".
"Tem a ver com necessidade da Argentina de produzir um saldo comercial mais robusto. Como somos o principal parceiro e nossa balança é superavitária com eles, acabamos sendo mais atingidos", disse.
Medidas
A Argentina vem adotando nos últimos anos uma série de medidas para controlar o nível de reservas de dólar e conter a inflação, entre elas a inclusão da declaração juramentada para exportações ao país, a regra do "uno por uno" (quem importa tem de exportar) e limitações à compra de dólares e à remessa de dividendos por empresas internacionais com subsidiárias no país.
As medidas aduaneiras permitem que o governo controle a velocidade de entrada de bens no país e, com isso, os números de suas contas externas.
Pimentel afirmou que a Argentina vai ter saldo positivo esse ano em sua balança comercial, mas com o Brasil seguirá tendo resultado negativo na troca de bens.
"Eles devem estar tentando reduzir esse deficit. Todo ano acontece isso mais ou menos na mesma época. Vamos então ao governo argentino e abrimos as negociações", disse Pimentel, que defendeu doses de paciência e pressão para lidar com o problema.
Segundo ele, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, viajará hoje à Argentina com uma pauta ampla e abordará também a questão das medidas protecionistas. 

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