Presidente da Argentina critica mercados por preço alto e diz não …

Em rede nacional de rádio e de televisão, nesta quinta-feira (13), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, criticou a imprensa, o empresariado, a justiça e citou nomes de supermercados e marcas de produtos que, segundo ela, mais aumentaram os preços nos últimos dias.

A presidente disse que “alguns” meios de comunicação “fizeram o jogo” dos que especulam no mercado financeiro e criticou textualmente o ex-ministro da Economia, Domingo Cavallo, quem em diferentes entrevistas tinha falado no perigo do retorno da hiperinflação no país.

“Há algum tempo, alguns meios de comunicação querem me ver voar pelos ares. Mas não vou bruxa, não vou voar como querem certas pessoas”, disse.

Cristina distribuiu críticas para diferentes setores -como já é considerada uma das marcas dos seus discursos.

A presidente condenou os que seriam, na sua visão os responsáveis pela inflação, e condenou ações da Justiça e setores da imprensa. Ela disse, por exemplo, que o jornal “La Nación” tem uma dívida com o fisco.

E acusou, na mesma rede nacional, redes de supermercados ao dizer que não estariam cumprindo a medida do governo chamada de “Preços Cuidados” – lista de quase 200 produtos com preços tabelados.

“Os supermercados Coto e Carrefour são os que mais receberam denúncias”, disse.

“A erva (para o chimarrão), o açúcar, o azeite, os biscoitos e o leite foram os produtos que mais subiram de preço”, afirmou.

Segundo ela, a erva para o chimarrão, por exemplo, não deveria subir de preço já que a produção é nacional e para exportação.

“Eu não tomo chimarrão, prefiro chá. Mas não existe nada mais argentino que o chimarrão. E estão especulando com o preço”, disse.

Cristina disse que tomará todas as medidas necessárias (para conter a especulação).

As declarações de Cristina foram feitas na Casa Rosada, sede da Presidência, na capital Buenos Aires, diante de uma plateia de autoridades e de seguidores do governo.

Foi o terceiro pronunciamento em cadeia nacional realizado pela presidente neste ano.

Justiça

Cristina também criticou a Justiça por decisões que afetam o consumidor. Mas principalmente mandou indiretas para a Suprema Corte de Justiça que determinou que o governo inclua a emissora de televisão Canal 13, do grupo Clarín, entre os veículos que devem receber publicidade oficial.

E destacou: “Se não usamos este recurso [da rede nacional], as realizações do governo não sairão em nenhum lugar”.

(Texto originalmente publicado no site do Clarín em português)

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