O Rei morreu. Assim o diário argentino Olé anunciou o fim da história entre Boca Juniors e um de seus mais vitoriosos jogadores (11 títulos, dos quais 3 Libertadores). O não de Juan Roman Riquelme à proposta de retorno formalizada pelos dirigentes xeneizes seria motivado por questões contratuais e indica que a derrota para o Corinthians na final da última Libertadores terá sido a última partida do ídolo pelo clube que o consagrou. O caminho está aberto para clubes de mercados emergentes, como o brasileiro.
Após semanas de negociação, e sobretudo com a segunda volta do técnico Carlos Bianchi ao comando do Boca, a reativação do contrato de Riquelme era dada como certa na Argentina – o vínculo do jogador estava suspenso desde julho do ano passado.
A decisão frustrou o vitorioso treinador (3 Libertadores e 3 Mundiais, entre outros títulos), que afirmara inclusive o desejo de montar o novo Boca em torno daquele que, sob a batuta, passou a ser considerado por muitos o maior jogador da história do clube.
Apesar dos comprovados encontros com diretores boquenses e da expectativa criada em torno do tema, o meia garante que nunca chegou a negociar seu retorno. O motivo? Questão de palavra.
Uma versão da história que não convenceu parte dos torcedores do clube e foi interpretada pela imprensa argentina como uma saída honrosa para encobrir aspectos bem menos românticos: diferenças substanciais entre as exigências do atleta e a proposta apresentada pelo Boca.
O carinho dos fãs não parece ter seduzido Riquelme. Aos 34 anos e há mais de seis meses fora dos gramados, ele exigiu para seguir na Bombonera a extensão de seu contrato até o meio de 2015, além do atrelamento de seu salário à cotação do dólar, como garantia contra a instabilidade cambial do peso argentino.
Pelo visto, o clube brasileiro que quiser contar com Riquelme não terá vida fácil.