Após as desistências de Peru e Chile, o Rali Dakar vai passar apenas por Argentina e Bolívia, mas o percurso será "mais duro"
O Rali Dakar de 2016, redesenhado após as desistências de Chile e Peru, concentra-se na Argentina e Bolívia, num percurso "talvez mais duro do que o inicial", estimou hoje o diretor da prova rainha de todo o terreno.
"Este Dakar será talvez mais duro do que o que estava inicialmente previsto. A corrida vai surpreender aqueles que pensam que conhecem bem estes territórios", observou Etienne Lavigne, durante a conferência de imprensa de apresentação da próxima edição do Dakar, em Paris.
A oitava edição da prova em solo sul-americano parte de Buenos Aires, a 02 de janeiro, percorrendo um total de 9.300 quilómetros -- dos quais 4.700 a 4.800 cronometrados -, até à chegada, a Rosário, no dia 16, mas sem passagem por alguns locais emblemáticos, no Chile e no Peru.
O Chile foi o primeiro a abdicar da prova, em consequência das inundações que provocaram grandes danos no norte do país, mas o Peru, que voltaria a receber o Dakar após dois anos de ausência, desistiu pouco depois, para se concentrar na gestão do risco motivado pelo fenómeno climatérico El Niño.
O Dakar de 2016 visitará pela terceira vez a Bolívia, onde a caravana terá de passar pelo salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo, a mais de 3.500 metros de altitude, na mais extensa etapa da competição, com perto de 550 quilómetros.
A Argentina, o único país que marcou presença em todas as oito edições, será ainda 'dominadora' em 2016, recebendo o prólogo, o dia de descanso, a 10 de janeiro, em Salta, e falhando apenas uma etapa na sua totalidade, a sexta, precisamente, no salar de Uyuni.
Uma das atrações do Dakar de 2016 será a presença do piloto francês Sébastien Loeb, detentor de nove títulos mundiais de ralis, que se estreia na prova rainha de todo o terreno ao volante de um buggy Peugeot, que regressou em 2015, após 25 anos de ausência.
A marca francesa está determinada em assumir o comando das operações, apostando num trio de pilotos que acumulam 17 vitórias: os franceses Stéphane Peterhansel (cinco em automóveis e seis em motos) e Cyril Despres (cinco em motos) e o espanhol Carlos Sainz (um em automóveis).
"Ele [Loeb] vai conhecer um universo novo, tanto a nível de duração das etapas, como de competir em altitude. Será um prazer ir seguindo as suas descobertas", assinalou Lavigne.
Na categoria de motos não haverá nenhum antigo campeão à partida, sendo o português Paulo Gonçalves um dos mais fortes candidatos a suceder ao espanhol Marc Coma, vencedor das duas últimas edições, que terminou a carreira.