Paraguai - Em sua primeira missa no Paraguai, celebrada ontem na cidade de Caacupé, o Papa Francisco afirmou que a Guerra do Paraguai foi injusta, lamentando o violento conflito onde o país foi derrotado por uma aliança reunindo Brasil, Uruguai e Argentina. Referindo-se à batalha que dizimou mais da metade da população paraguaia no século 19, principalmente o contingente masculino, Francisco exaltou as mulheres em discurso no Santuário da Virgem do Caacupé, padroeira do Paraguai.
“Com grande valor e abnegação, elas souberam levantar um país derrotado, afundado por uma guerra injusta”, afirmou Francisco. “Vocês têm a memória e a genética dos que reconstruíram a vida, a fé e a dignidade de seu povo”, prosseguiu.
Demonstrando apreço pelos paraguaios, o papa rezou o Pai Nosso em guarani, língua que está na raiz indígena do povo, e levou cerca de um milhão de fiéis à pequena cidade de 48 mil habitantes.
A forte imigração paraguaia com destino à Argentina, intensificada nos anos 1990, foi outro assunto tratado pelo pontífice, que se reuniu com lideranças religiosas e paraguaios que vivem e formam a colônia mais numerosa de estrangeiros na Argentina. O Papa Francisco pediu proteção aos imigrantes, muitos integrando o mercado informal, marginalizados e vítimas de preconceito.
Pouco antes de celebrar a missa, o papa deixou o santuário e atrasou o início da procissão, levando os presentes a especular sobre a sua saúde. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que a ausência ocorreu porque Francisco estava “emocionado”. E ressaltou a vitalidade demonstrada pelo pontífice na agenda intensa de compromissos no Paraguai.