Países sul-americanos acenam a refugiados sírios

Com o agravamento da crise migratória na Europa, onde refugiados da Guerra Civil na Síria tentam entrar no continente, sobretudo, pela Hungria, em busca de um lugar mais tranquilo para viver, países sul-americanos já se colocaram a disposição das famílias sírias e agora trabalham para agilizar o procedimento de entrada destas pessoas em seus territórios.

Dentre os países da América do Sul que estão dispostos a ajudar a comunidade internacional e receber os refugiados sírios, estão: Brasil, Venezuela, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Quase todos estes países citados atravessam momento conturbado na política e economia interna, todavia, a causa humanitária pesou mais na decisão de ajudar os refugiados, principalmente, após a divulgação mundial da foto do menino sírio encontrado morto na beira de uma praia localizada na Turquia.

A criança tentava chegar a Europa com a família (a mãe e o irmão mais velho) por via do mar, porém, todos morreram após o bote onde estavam ter virado durante o trajeto. A tragédia comoveu o mundo e os líderes de estado sul-americanos, que prontamente acenaram para ajudar as famílias da Síria.

O crítico social e político, Luciano Pires, é autor do livro “Me engana que eu gosto” (Reino Editorial / Café Brasil), lançado recentemente, e que aborda o cenário político brasileiro dos últimos quatro anos. Ele avalia a ação do Brasil e dos demais países sul-americanos em se colocar a disposição dos refugiados sírios.

“Acho que uma ação humanitária desse nível extrapola a questão dos problemas econômicos e políticos dos países, que são passageiros. Os refugiados estão com a vida em risco e qualquer ação no sentido de acolher os que necessitam, desde que planejada e consequente, é bem vinda”, afirma.

No Brasil

Luciano Pires é a favor da chegada dos refugiados no Brasil. Contudo, o especialista faz uma ressalva. “Acho perfeitamente viável, desde que eles não sejam simplesmente depositados nos grandes centros como vem acontecendo com os Haitianos, Angolanos e outros grupos que chegam atualmente ao Brasil. Precisamos de mão de obra qualificada em várias frentes, por isso é necessária uma ação planejada. Tenho dúvidas se esse governo que aí está é capaz disso”, questiona o crítico social e político.

Pessimistas

Opiniões contrárias à chegada dos refugiados sírios no Brasil já “profetizam” consequências negativas, como o possível aumento da população desempregada do país e, consequentemente, o aumento da violência nas ruas. O crítico Luciano Pires enxerga a situação de outra forma.

“Por mais que aceitemos refugiados, a quantidade é insignificante diante do volume de trabalhadores com e sem empregos que temos no Brasil. Não acho que seja um impacto notável, especialmente se entre os que chegarem estiverem pessoas qualificadas. A história dos imigrantes que chegaram ao Brasil é repleta de exemplos de gente que, baseada nas culturas europeias e orientais, saiu do nada para construir negócios sustentáveis. Acho que o maior perigo é com relação à um choque cultural, especialmente com a criação de bolsões muçulmanos em determinadas regiões”, alerta.

Motivação

Para Luciano Pires, a chegada dos sírios também apresenta um lado positivo para o Brasil. “Com uma cultura diferente da brasileira, com a motivação de estar numa país em paz, sem a sensação de que a qualquer momento uma bomba cairá em suas cabeças. Só isso bastará para dar aos imigrantes uma motivação que só quem sofreu as agruras de uma guerra pode ter”, garante.

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