A oposição saudou neste sábado a decisão da justiça argentina de processar o vice-presidente do país, Amado Boudou, por corrupção.
Por outro lado, o advogado de defesa de Boudou, Diego Pirota, criticou a decisão do juiz federal Ariel Lijo, chamando a medida de "um conto de fadas contado de uma forma uma fantasiosa". Ele anunciou que vai recorrer da decisão na próxima sexta-feira. O vice-presidente está viajando e deve retornar ao país na quinta-feira.
O juiz Lijo determinou que Boudou deve ser processado por corrupção e negociações incompatíveis com o cargo público tendo em vista uma suposta participação em uma manobra ilegal para adquirir a única empresa que imprime notas da moeda no país e, em seguida, se beneficiar de contratos lucrativos com o Estado.
O magistrado também ordenou o embargo de 200 mil pesos sobre os bens do político.
O pré-candidato da oposição à presidência e ex-vice-presidente Julio Cobos pediu no sábado o afastamento de Boudou do governo nacional e avisou que pedirá o impeachment do político.
"A presidente (Cristina Kirchner) não pode se desligar da responsabilidade política de ter um vice processado. É uma responsabilidade do Poder Executivo", disse Cobos em uma declaração à Rádio Mitre.
Na mesma linha, o deputado Darío Giustozzi, da Frente Renovador, ressaltou que "o uso de instalações e a pretensão de interferir na justiça são condições suficientes para avançar com um pedido de julgamento político". "Esperamos que o resto dos blocos nos acompanhem", acrescentou.
O vice-presidente pode ser sentenciado entre um e seis anos de prisão e uma proibição vitalícia do cargo eletivo.