O número de doadores de órgãos no Brasil aumentou 89,7% nos últimos seis anos. É o que sinalizam os dados divulgados pelo Ministério da Saúde no dia 24 de setembro. Em 2008, eram 1.350 pessoas, número que chegou a 2.562 no ano de 2013. No mesmo período, o indicador nacional de doadores por milhão de habitantes subiu de 5,8 para 13,4, enquanto a fila de espera para transplante caiu de 64.774 mil para 37.736 mil (41,7%).
Nos primeiros seis meses deste ano o país realizou 11,4 mil transplantes. Desses, mais de 6,5 mil foram cirurgias de córnea e aproximadamente quatro mil de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão). Um total de 965 transplantes de medula óssea foram realizados.
Até o final do ano, a meta é atingir 14 doadores por milhão de habitante. Dentre os países latino-americanos o Brasil é o que possui o maior percentual de aceitação familiar para doação de órgãos. Das famílias brasileiras com situações de morte encefálica, 56% autorizaram a retirada. Na Argentina, Uruguai e Chile, os índices são, respectivamente, 52,8%, 52,6% e 51,1%.
Como forma de mostrar a importância da autorização para a retirada de órgãos, o governo federal lançou no dia 24 de setembro uma campanha de porte nacional. A mensagem-chave é “Seja doador de órgãos e avise sua família. Sua família é a sua voz” para estimular o diálogo entre os familiares. Após o óbito ser confirmado, a família deve autorizar o procedimento, quando a situação do paciente for irreversível.
Aplicativo
Para reforçar a campanha, também foi desenvolvido um aplicativo que fará interface com o Facebook e notificará familiares no momento em que o usuário da rede social se declarar doador de órgãos. O usuário precisa acessar a Fanpage do Ministério da Saúde e seguir os passos indicados pelo aplicativo. Com esses dados, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) criará um banco informal de doadores com base nas informações coletadas pela rede social. É importante ressaltar que a doação só acontece com a autorização familiar.
O internauta pode, ainda, adicionar à foto do perfil um laço verde, símbolo mundial da doação de órgãos.
Quem pode doar
Qualquer pessoa que concorde com a doação pode ser doador, desde que o procedimento não prejudique a sua saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, da medula óssea ou do pulmão. No caso de doadores falecidos, é preciso constatar a morte encefálica. O ministério ressaltou que a doação de órgãos só ocorre com a autorização da família.