Pela confusão que protagonizou com o São Paulo na final da Sul-americana do ano passado, o jogo contra o Tigre na Argentina, nesta quarta-feira, gera temor em Gilson Kleina desde dezembro, quando foi sorteado o grupo do Palmeiras na Libertadores. Mas o presidente Paulo Nobre já tem atuado nos bastidores para evitar problemas.
Aproveitando a passagem por Assunção, onde o time enfrentou e perdeu do Libertad nessa quinta-feira, Nobre visitou a sede da Conmebol para conversar com Nicolás Leoz, presidente da Conmebol, e já adiantou conversas com dirigentes do Tigre, papo que tinha sido iniciado ainda por César Sampaio quando o ex-volante era gerente de futebol do clube.
"Nosso relacionamento com o Tigre é bom. Eles já treinaram na Academia e estamos mantendo contato com eles. Eles serão bem tratados em São Paulo como acho que seremos na Argentina. Nós não nos preocupamos com isso", assegurou Nobre, apesar de Kleina não ter se convencido com a conversa inicial entre Sampaio e diretores do Tigre há três meses.
A proximidade entre Nobre e os principais dirigentes do continente ficou clara durante a partida dessa quinta-feira. Ao seu lado na tribuna do estádio do Libertad, time do coração de Leoz, que dá seu nome à arena, estava não só o presidente da Conmebol, mas José Maria Marin, presidente da CBF, e Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol e influente vice-presidente da CBF.
Até por isso, a postura do mandatário do Verdão é de calma antes de qualquer coisa. "Eles têm uma torcida fanática, mas confio no policiamento argentino", declarou o presidente. "Não vamos plantar violência antes de acontecer. Tento pensar positivo. Será um jogo como qualquer outro. Um jogo duro, de Libertadores", prosseguiu.Citando a morte do boliviano Kevin Espada, torcedor de 14 anos do San José de Oruro que morreu na semana passada ao ser atingido por um sinalizador disparado da torcida do Corinthians, Nobre defende uma prática de paz no futebol. Independentemente de quem estiver em campo.
"O torcedor precisa entender que adversário não é inimigo. Foi uma fatalidade com o Corinthians que deixou todos do futebol chateados, nunca pode acontecer. São coisas que não aconteciam nem naquela época mais antiga. Quem perde é o futebol", falou, assegurando, porém, que a conversa com Leoz não foi sobre violência.
"Foi uma visita e o Palmeiras foi muito bem recebido na Conmebol. Foi um almoço agradável, mas não deu para discutir nenhum assunto mais profundo nem ter uma conclusão", desconversou Nobre, adotando discurso contemporizador como gosta Leoz ao falar da imposição ao Corinthians de jogar sem torcida.
"Não vou emitir opinião sobre punições porque não cabe a nós julgar, existem órgãos que julgam isso com mais com mais capacidade. Mas caso a punição coíba novas violências, de qualquer torcida, terá o aplauso de todos se der certo, inclusive do Corinthians", apostou.