Logo depois de assegurar a classificação para a decisão da Copa Sul-americana com um empate por 0 a 0 diante da Universidad Católica e muita festa de sua torcida no estádio do Morumbi, o grupo de jogadores do São Paulo não escondeu em nenhum momento que preferia enfrentar os argentinos do Tigre na final do que os colombianos do Millonarios, que já haviam eliminado Palmeiras e Grêmio em fases anteriores da competição continental.
Na noite de quinta-feira, mesmo atuando nos 2.500 metros de altitude de Bogotá, o Tigre conseguiu segurar o empate por 1 a 1 e se garantiu em sua primeira decisão continental na história para enfrentar o São Paulo, equipe que possui tradição e conhecimento na América do Sul. Por uma série de fatores, segundo Ney Franco, é preferível encarar a equipe que argentina, sendo o primeiro confronto na próxima quarta-feira, em local indefinido, e o segundo no Morumbi, para fechar a temporada 2012 e se despedir de Lucas, vendido ao Paris Saint-Germain.
“A comemoração não foi devido à parte técnica, porque o Tigre teria qualidade inferior ao Millonarios não”, tratou de explicar o técnico do São Paulo logo na abertura da entrevista coletiva desta sexta-feira: “Comemoramos em função da possibilidade de fazer o jogo final em casa, perante nossa torcida. Além disso, temos no elenco um jogador que o time tem que jogar forte pra consagrar (Lucas). É uma viagem menos desgastante, e em cima disso ainda tem a questão de que não é grande altitude, mas ela existe em Bogotá, 2.500 metros não tem tanta influência em desempenho físico, mas teria que viajar antes. São fatores que interferem”.
Além da chance de disputar a segunda partida no Morumbi, o São Paulo deve realizar o duelo da próxima quarta-feira, na Argentina, em campo neutro. O Coliseo de Victória, estádio do clube, tem capacidade para apenas 25 mil torcedores e não atende às exigências da Conmebol para sediar o confronto decisivo. Mesmo encarando um adversário menos conhecido que o time colombiano, Ney Franco já sabe contra quem terá que lidar para faturar o primeiro título tricolor na Sul-americana.
“Todos colocam o Tigre como surpresa, mas ele vem de dois anos em alta. Mesmo que não esteja bem no Campeonato Argentino, tem planejamento, brigou por títulos e tem demonstrado que tem alguma coisa de diferente, pois está dentro da Libertadores e em final de Sul-americana. Vai ser um adversário difícil de jogar, porque mostrou que tem poderio ofensivo na bola parada. Vamos trabalhar muito para enfrentar o Tigre e colocar um novo troféu na galeria de títulos do São Paulo”, conta Ney Franco, mostrando conhecimento sobre o atual vice-lanterna do Campeonato Argentino.