Desde a última semana de março, quando as negociações entre Brasil e Argentina começaram para definir um novo acordo automotivo, as exportações de veÃculos passaram a dar sinais de recuperação. Por causa queda nas compras do nosso principal cliente, elas caÃram 31,9% no primeiro quadrimestre, para 111,9 mil unidades embarcadas, segundo número divulgados pela Anfavea, a associação dos fabricantes, na sexta-feira, 9. Mas de março a abril deste ano avançaram 55,7%, passando de 23,5 mil veÃculos para 36,7 mil exportados.
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“A partir do momento que começamos a negociar, as restrições impostas pela Argentina (para onde as montadoras destinam quase 80% do total de seus embarques) foram reduzidas drasticamente�, comentou Luiz Moan, presidente da Anfavea.
Segundo o executivo, em valores, a queda nas exportações foi de 18,4% no primeiro quadrimestre de 2014, que atingiu mais de US$ 3 milhões. De março a abril, houve avanço de 17%, passando de US$ 718 milhões para US$ 840 milhões.
A expectativa da Anfavea é de que o novo acordo com o paÃs parceiro seja definido até o fim do mês de junho. “O acordo comercial só estará pronto quando todas as suas cláusulas estiverem ajustadas. As posições e pleitos já foram apresentados, mas ainda estão sendo analisadosâ€�, explicou Moan.
Ainda segundo o executivo, a Anfavea espera que o livre comércio existente entre os paÃses seja mantido pelo menos nos próximos dois anos. “Nosso pleito é sempre em prol do livre mercado ou de aumento das cotas de exportaçãoâ€�, salientou.
Dentre os segmentos, foi justamente o de veÃculos leves - com maior volume enviado para Argentina -, que teve a queda mais profunda nas exportações neste quadrimestre em relação ao mesmo perÃodo do ano passado. Foi de 33,7%, de 155,6 mil unidades enviadas no ano passado para 103,2 mil embarcadas este ano. Entre março e abril últimos, o avanço neste segmento foi de 61,3%, passando de 21,3 mil para 34,3 mil automóveis exportados.
No segmento de caminhões, que não tem o mesmo nÃvel de dependência da Argentina como o de leves, houve avanço de 5,9% nos embarques do acumulado de janeiro a abril deste ano, que totalizou 6,6 mil pesados exportados. Coincidentemente, a alta foi exatamente igual na comparação entre março, que teve 1,6 mil embarques, e abril, com 1,7 mil.
No de ônibus, a queda de 13,5% nos envios do quadrimestre, que ultrapassaram pouco mais de 2 mil unidades, foi mantida de março a abril, mas muito mais amenizada, na ordem de 2,5%. A indústria local exportou 581 ônibus no último mês.
Diante desta fase de negociações, a Anfavea não revisou suas projeções e mantém a expectativa de crescimento das exportações para 2014. A entidade aposta em aumento de 1,6% sobre 2013, com a venda de 575 mil veÃculos ao exterior.
Assista à entrevista exclusiva com Luiz Moan, presidente da Anfavea: