Mais de 200 mil torcedores brasileiros foram ao estádio do Maracanã ver a Seleção Brasileira de Barbosa, Zizinho e Jair da Rosa Pinto ser derrotada pelo Uruguai na final da primeira Copa do Mundo sediada em território brasileiro, em 1950. Passaram-se 62 anos até chegar esta quarta-feira, quando o modesto Tigre, da Argentina, tentará surpreender a lotação máxima do Morumbi e faturar a Copa Sul-americana. A confiança de Rodrigo Molinos, presidente do clube argentino, é tão grande que o fez citar até mesmo o apelido que pretende dar à partida.
"O %u2018Maracanazo%u2019 já aconteceu, agora pode ser o %u2018Morumbizazo%u2019. Seria um momento histórico%u201D, resume o mandatário do clube que finalizou a primeira fase do Campeonato Argentino na vice-lanterna. %u201CÉ uma honra chegar a uma decisão no nosso primeiro torneio internacional. Em 1950, a seleção do Uruguai era mítica, foi um momento histórico único, mas serve de reflexo para demonstrarmos que a utopia não existe. Para podermos conseguir as metas que nos propusemos temos que acreditar. É muito difícil a partida, mas estamos convencidos de que é possível um grande resultado", completou Molinos.
Nesta quarta-feira, a partir das 22 horas (de Brasília), com provável público recorde do futebol brasileiro em 2012, o São Paulo recebe o Tigre para o segundo jogo da final da Copa Sul-americana. De um lado uma equipe tricampeã mundial e da Libertadores e de outro um time que só alcançou o vice-campeonato nacional em três oportunidades e nunca tinha atingido uma final de competição internacional. Em 2012, mesmo desacreditado, o Tigre eliminou Argentinos Juniors, Deportivo Quito, Cerro Porteño e Millonarios antes do empate por 0 a 0 com o Tricolor, em La Bombonera.
"Conhecemos a hierarquia internacional, mas estamos concentrados por esse título, que seria histórico para o futebol argentino por sermos uma equipe pequena. Passamos por grandes equipes da América do Sul, empolgamos até mesmo a imprensa argentina e nossa torcida. Ser vice campeão não vai adiantar nada, mas sabemos que é difícil. O São Paulo é um grande mundial e para nós é um orgulho enfrentá-los na final", aponta Rodrigo Molinos, diminuindo o tom, mas mantendo a confiança.
A grande motivação do Tigre para a decisão da Sul-americana é orgulhar o futebol da Argentina, país que tem o maior número de títulos da competição (cinco, de San Lorenzo, Arsenal de Sarandí, Independiente e Boca Juniors, duas vezes): "Estamos orgulhosos de levantar a bandeira do futebol argentino e vamos ao Morumbi para conquistar a Copa e orgulhar as cores da Argentina".