O novo Presidente da Argentina, Mauricio Macri, político de centro-direita, foi hoje empossado, aproveitando o discurso de posse para apelar à união nacional.
"As eleições terminaram, chegou o momento de nos unirmos e de superarmos o que nos separa", disse Mauricio Macri, sob juramento, perante o Congresso, em Buenos Aires, num apelo dirigido a um país significativamente dividido entre pró e anti-Kirchner.
Mauricio Macri, que durante a campanha prometeu liberalizar a economia e acabar com o protecionismo que caracterizou os anos da presidente Cristina Kirchner, assegurou que o seu governo vai lutar "incansavelmente por aqueles que mais precisam".
O novo Chefe de Estado da Argentina acrescentou que "os desafios são enormes" e que os problemas não vão ser resolvidos "de hoje para amanhã", pois "as grandes transformações fazem-se avançando passo a passo todos os dias".
O discurso de Macri, transmitido pela televisão e pela rádio, foi pontuado por explosões de aplausos no parlamento e na Praça de Maio, onde partidários do novo presidente se reuniram frente ao palácio presidencial.
"Serei implacável com aqueles que se desviem da lei", alertou ainda Macri, num aviso a um país onde a corrupção grassa há décadas.
Referindo-se às Falklands/Malvinas, mas sem mencionar o nome das ilhas no Atlântico Sul que a Argentina disputa com o Reino Unido, o novo presidente reiterou a posição de Buenos Aires, afirmando: "Vamos manter as nossas reivindicações de soberania".
Cerca de dez chefes de Estado, incluindo vários sul-americanos e o rei Juan Carlos, de Espanha, bem como Jean-Pierre Bel, enviado pessoal para a América Latina do presidente francês François Hollande participaram na cerimónia de tomada de posse.
Mauricio Macri, 56 anos e engenheiro por formação, foi eleito a 22 de novembro, na segunda volta das eleições presidenciais, com 51,33% dos votos, ficando à frente de Daniel Scioli, candidato apoiado por Cristina Kirchner.
Antigo presidente da Câmara de Buenos Aires, Macri é filho de um milionário italiano que fez fortuna na Argentina, e esteve dez anos à frente do grupo de empresas com o seu nome, enveredando depois pelo futebol e pela política.
Em 1995, foi eleito pela primeira vez presidente do clube de futebol Boca Júniors, o mais prestigiado da Argentina, fundando, em 2003, o seu próprio partido, Compromisso para a Mudança. Em 2007, foi cofundador de outro partido, o Proposta Republicana (PRO).
O principal desafio de Macri será o relançamento da economia, pois o crescimento da Argentina está a meia-haste, o défice orçamental é superior a 5% e a inflação está nos 30%, o peso está sobrevalorizado e as reservas de divisas estão a diminuir.
Diário Digital com Lusa