O consumo doméstico de gasolina cresceu 3,2% neste ano. Já o de diesel apresentou aumento de 5% e a tendência de alta
Brasília. A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que a estatal conseguirá fazer frente ao aumento da demanda por combustíveis no País mesmo sem o aumento da capacidade de refino no curto prazo. "Vamos produzir mais diesel e gasolina sem colocar mais refinaria neste momento. Vamos importar menos e nosso custo médio fica menor", disse ontem em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em Brasília.
Foster: "vamos produzir mais diesel e gasolina sem colocar mais refinaria neste momento. Vamos importar menos e nosso custo médio fica menor FOTO: AG. BRASIL
O consumo doméstico de gasolina cresceu 3,2% este ano. Já o de diesel apresentou aumento de 5% e a tendência de alta se manterá para o ano, afirmou Foster. Segundo ela, a saída estará no aumento da eficiência.
A área de refino representa um grande desafio para a empresa, já que o consumo interno segue crescendo e projetos de novas refinaria estão atrasados. No ano passado, a empresa teve de lidar com o aumento expressivo da importação de gasolina e de derivados para suprir a demanda interna.
Foster afirmou que a produção da Petrobras, de 1,91 milhão de barris de petróleo por dia, não foi superior no primeiro trimestre deste ano por conta das paradas programadas obrigatórias, um compromisso da estatal com a ANP (Agência Nacional de Petróleo) e Ibama.
Além disso, afirma, há um declínio "inexorável" de 10% na produção ao ano. Para minorar esse efeito, a executiva voltou a citar a entrada em operação de sete novas plataformas de exploração, chamadas de unidades "estacionárias".
Balança comercial
Problemas na produção da Petrobras fizeram com que as exportações de petróleo caíssem abruptamente no início deste ano, levando para baixo o saldo comercial brasileiro, que alcançou resultado negativo histórico nos quatro primeiros meses deste ano -US$ 6,2 bilhões de deficit até abril. O aumento da produção de petróleo da Petrobras, portanto, é importante não apenas para os resultados da estatal, mas passou a ser crucial para a preservação das contas externas do País.
Desinvestimentos
Foster voltou a comentar o já anunciado plano de desinvestimentos da estatal ao citar dois projetos: a venda da subsidiária Pesa, na Argentina, e a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Os projetos foram alvo de reportagens questionando os gastos feitos na aquisição e os valores de venda negociados.
Segundo ela, a Petrobras mantém a intenção de vender a companhia argentina, mas ainda não tem decisão sobre o comprador. Sobre a norte-americana, reafirmou a decisão da estatal de retirá-la dos planos de venda.