Magnano defende a massificação do esporte para a evolução

O técnico da seleção brasileira masculina de basquete, Rubén Magnano, defendeu nesta segunda-feira a massificação do esporte para que o país possa evoluir e se transformar numa potência olímpica. Durante o seminário “2016 e o salto do esporte brasileiro”, o treinador argentino lembrou as dificuldades que teve ao chegar para formar uma equipe que depois de 16 anos voltou a realizar o sonho de disputar uma Olímpiada. Em Londres, o basquete masculino ficou em quinto lugar.

- O maior trabalho que tivemos foi recuperar a credibilidade não apenas dos jogadores, mas entre os treinadores e os basqueteiros, as pessoas que amam o basquete. O Brasil tem uma história muito rica no esporte e não podemos esquecer isso. Minha estratégia era recuperar o comprometimento e foi isso que permitiu transformar o nosso sonho olímpico em uma realidade – disse o treinador durante o painel “O novo basquete Brasil e o retorno ao cenário olímpico”.

Magnano lembrou que era necessário formar uma equipe coesa e unida e o basquete conseguiu isso, tendo sido um exemplo de união na Vila Olímpica de Londres, se comportando como uma verdadeira equipe. Ele disse que a seleção não poderia abrir mão de talentos como Nenê, Leandrinho e Anderson Varejão, nomes que não participaram da campanha do pré-olímpico de Mar del Plata, na Argentina, mas viajaram para Londres. Mas deixou claro, que ninguém poderia se colocar acima da seleção.

O treinador disse ainda que foi necessário mudar um paradigma do basquete brasileiro de jogar demais com arremesso de três pontos.

- Isso não foi fácil. Se dizia, o Brasil só joga com arremesso de três pontos. O Brasil tem que jogar com arremesso de três pontos, de dois pontos, defendendo solidariamente, com comprometimento e sabendo que ninguém, nenhum nome próprio, está por cima do basquete do Brasil. Todos nós estamos abaixo do Brasil. Tivemos coisas positivas, negativas, mas fundamentalmente criamos um laço de comprometimento para que o Brasil recupere ainda mais respeito.

Para Magnano, a liga brasileira tem potencial para se transformar numa das melhores da América e, assim como Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, é preciso massificar o esporte.

- Gostaria de ter muito mais meninos jogando basquete. Gostaria de ver muitos garotos envolvidos com o basquete de maneira apaixonada. O dinheiro não é garantia de êxito, a soma de talentos de uma equipe não é garantia de êxito. Depois dos Estados Unidos, o Brasil tem tudo para ser o (principal) país na América. É preciso estar presente em diferentes segmentos de competição esportiva. Estaduais, colegiais, intercolegiais, jogos de base, a liga. Precisamos trabalhar ainda muito mais nessa recuperação (do basquete) – afirmou.

Magnano defendeu ainda o intercâmbio e a troca de informações entre treinadores no Brasil.

- Anualmente, na preparação da seleção do Brasil, abro as portas para todos os treinadores do país, inclusive, estrangeiros, para participar dos treinos. Sabe quantos foram no primeiro ano. Um. No último ano fiquei até feliz, pois foram oito. Se não acreditarmos no aperfeiçoamento e na continuação do aprendizado é difícil.

O técnico da seleção disse ainda que não quer pensar apenas nos Jogos de 2016, mas sim em deixar um legado para o basquete brasileiro.

- Não quero ficar pensando somente em 2016. Normalmente, em quatro anos você forma um atleta. Minha ideia é deixar alguma estrutura para que o basquete do Brasil fique num patamar importante no mundo para poder pegar uma situação favorável em qualquer momento.

 

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