A presidente argentina, Cristina Kirchner, afirmou na segunda-feira que decidiu dissolver os serviços de informações do país.
"O plano é dissolver o Secretariado de Inteligência (SI) e criar uma Agência Federal de Inteligência", com uma liderança escolhida pela presidente, mas sujeita à aprovação pelo senado, disse Kirchner.
A presidente argentina alegou que a morte do procurador Alberto Nisman era uma conspiração para a desacreditar, na qual envolveu alguns dos agentes do SI.
Nisman acusou Kirchner de ter entravado o inquérito ao atentado a uma organização judaica, AMIA, que causou 85 mortos em 1994, para poupar o Irão.
Em dezembro, Cristina Kirchner tinha despedido os três principais dirigentes do SI, suspeitos de fugas de informação e deslealdade, no que foi um sismo no mundo das informações.
Em mensagem colocada na rede social Facebook, Kirchner exprimiu dúvidas sobre o suicídio de Nisman e denunciou uma conspiração de antigos agentes dos serviços de informações.
"O suicídio (estou convencida) não foi um suicídio (...) eles utilizaram-no vivo e depois morto. Isto é triste e terrível", escreveu.
Alberto Nisman, de 51 anos, estava a dirigir, desde há 10 anos, o inquérito ao atentado à AMIA e foi encontrado morto, no domingo, no seu apartamento em Buenos Aires.
Em 14 de janeiro, Alberto Nisman acusou o governo de proteger o Irão de qualquer envolvimento no inquérito sobre o atentado, para negociar contratos comerciais.