Juiz argentino aceita recurso do Clarín e suspende lei antimonopólio

Um juiz argentino aceitou nesta terça-feira (18) a apelação do poderoso grupo de mídia Clarín e voltou a suspender a aplicação de uma cláusula antimonopólio da Lei de Meios, em outro capítulo da guerra judicial que o grupo mantém com o governo de Cristina Kirchner.

O juiz Horacio Alfonso concedeu ao Clarín a apelação da sua própria decisão emitida na sexta-feira (14), que considerou constitucional dois artigos da lei que obriga o grupo a abrir mão de dezenas de meios audiovisuais e encaminhou a causa para a Câmara de segunda instância, informou nesta terça-feira (18) o CIJ (Centro de Informação Judicial).

"Lei de Meios: o juiz Alfonso concedeu a apelação. Trata-se do recurso apresentado pelo Grupo Clarín contra a resolução que rejeitava um pedido de inconstitucionalidade de artigos da Lei de Serviços Audiovisuais (2009) e o levantamento de toda medida cautelar ditada no processo", informou o CIJ, órgão oficial de imprensa da Corte.

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Trata-se de um novo passo em um intricado processo judicial que dura mais de três anos e que pode terminar na Suprema Corte.

O Grupo Clarín, um dos mais poderosos da América Latina e crítico de Kirchner, considera que a lei constitui um ataque à liberdade de expressão e a seu patrimônio.

A apelação freia então a aplicação da lei e o processo de transferências de ofício das licenças que o governo argentino iniciou na segunda-feira (17).

A transferência de ofício está prevista para os grupos que têm mais licenças de rádio, televisão que as previstas na norma e que não apresentaram a tempo um "plano voluntário" de desinvestimento.

De acordo com o governo, o Clarín é o único de 20 grupos midiáticos que não apresentou seu plano de desinvestimento voluntário.

Segundo dados oficiais, o Clarín possui 41% do mercado de rádio, 38% da TV aberta e 59% da TV a cabo, quando o máximo (que a lei determina) em todos os casos é 35%.

O grupo Clarín é dono do jornal de maior circulação na Argentina, canais de ar e cabo, rádios e redes de TV a cabo, com um volume de negócios de 9,753 bilhões de pesos (cerca de 4,5 bilhões de reais) em 2011.

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