Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad quer resolver diferendo com a Argentina
Fotografia: AFP
O governo do Irão informou ontem que manteve negociações muito construtivas com a Argentina na semana passada, sobre a controvérsia relacionada com o suposto envolvimento de Teerão num atentado anti-judeu realizado na cidade de Buenos Aires em 1994.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Akbar Salehi, reuniu-se na quinta-feira da semana passada com o seu homólogo argentino Héctor Timerman, em Zurique, para discutirem o caso judicial movido em consequência do atentado contra a associação mutualista israelita AMIA, que em 1994 fez 85 mortos em Buenos Aires e pelo qual a Argentina exige a extradição de oito iranianos.
“A reunião com Timerman destinou-se a conseguir avanços significativos no procedimento legal e foi muito construtiva”, disse Salehi. “Espero que estas negociações conduzam a um bom resultado”.
Em Buenos Aires, o Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino publicou um comunicado no mesmo tom. “A sessão de trabalho foi altamente produtiva para se avançar nos procedimentos judiciais da Causa AMIA”, indicou o comunicado, que também adiantou informações sobre um acordo entre os ministros dos Negócios Estrangeiros para voltarem a reunir-se em breve. O local do encontro não foi indicado no comun icado.
As autoridades da Argentina e do Irão iniciaram em Outubro negociações na sede da ONU, em Genebra, para resolver as acções judiciais pendentes da investigação do atentado, pelo qual a justiça argentina exige, desde 2006, a extradição de oito altos funcionários iranianos, entre eles o actual ministro da Defesa, Ahmad Vahidi, e o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani.
A reunião de 3 de Janeiro seguiu-se a outras realizadas nos dias 27 e 28 de Novembro. No dia 18 de Julho de 1994, uma explosão destruiu os seis andares da sede da AMIA no centro de Buenos Aires, deixando 85 mortos e 300 feridos, apenas dois anos após o ataque à bomba contra a embaixada de Israel, que matou 29 pessoas e feriu outras 200. Desde a data, as investigações apontaram para o envolvimento de iranianos membros de forças especializadas em sabotagem e ataques suícidas dentro e fora do território iraniano, mas as autoridades de Teerão rejeitaram qualquer acusação concreta.
Actualmente, o governo de Teerão, sob orientação do Presidente Mahmoud Ahmadinejad, está a desenvolver contactos de alto nível para ultrapassar esta crise e colocar um ponto final nas acusações. Os dois governos acreditam que os próximos meses vão produzir resultados bastante animadores para encerrar o processo.