INDEPENDÊNCIA OU MORTE!

Dia 7 de setembro, anote bem este dia. Chegou a hora da seleção brasileira masculina de basquete dar seu grito de independência. E para espantar os fantasmas que rondam a geração mais questionada da modalidade - que um dia já foi a segunda em preferência no país -, nada melhor do que encarar a algoz Argentina nas oitavas de final da Copa do Mundo, em Madri, neste domingo, às 17h (de Brasília). 

Os números diante dos hermanos são cruéis. Em duelos mata-mata contra a Argentina neste século, contando apenas os Jogos Olímpicos e Mundiais, a seleção brasileira não venceu um jogo sequer. No Mundial de 2002, derrota por 78 a 67 nas quartas; em 2010, novamente pelo Mundial, derrota nas oitavas, justamente no dia 7 de setembro, por 93 a 89;  e para finalizar queda nas quartas de final do torneio olímpico de Londres por 82 a 77. Mas o retrospecto amplamente favorável aos rivais sul-americanos não abala a confiança dos jogadores brasileiros, que finalizaram a primeira fase na segunda posição do Grupo A, e com vitórias importantes sobre França e Sérvia.

"Existe uma forte rivalidade e muita tradição. Enfrentamos os argentinos muitas vezes, já perdemos e ganhamos. Acho que fomos eliminados nas Olimpíadas por pequenos detalhes que, com certeza, dessa vez não iremos cometer. O importante é que estamos dispostos a seguir no campeonato e buscar algo grande para nosso país", aponta o pivô Nenê.

Outro fator que sustenta a confiança dos brasileiros é o momento das equipes. A Argentina passa por uma reformulação em sua equipe, enquanto o Brasil disputa pela segunda vez uma competição internacional com todos os seus melhores jogadores à disposição.

"Rivalidade existe e temos que encarar como um adversário forte. Vamos fazer o nosso jogo, buscar a vitória e seguir no campeonato. Estamos em um momento melhor", afirmou Leandrinho, cestinha do Brasil com 13,6 pontos de média na primeira fase.

"Estamos com uma equipe completa, com todos os jogadores em bom estado. Não tem como não pensar que podemos vencer o confronto. Sinto nosso time bem preparado", concluiu Rubén Magnano.

O duelo entre Brasil e Argentina será transmitido ao vivo pelos canais de assinatura Sportv3 e ESPN +, e também pela rádio Bradesco Esportes. Quem vencer terá pela frente nas quartas de final o ganhador de Grécia e Sérvia.

Chave da vitória passa por contenção a Scola

Um dos grandes responsáveis por sustentar a hegemonia argentina frente ao Brasil atende pelo nome de Luis Scola. O pivô possui uma média de 21,8 pontos por jogo, com um aproveitamento de 55,9% nos arremessos em duelos com a seleção verde e amarela. Por isto, atenção redobrada ao carrasco, que apesar de estar longe de sua plenitude (possui 34 anos) é um jogador letal dentro do garrafão. Muito provavelmente, a comissão técnica brasileira já planeja um jogo de contato físico maior completamente voltado ao pivô argentino. No um contra um diante de Nenê, Varejão, Splitter e Hettsheimeir, Scola pode encontrar dificuldades e até mesmo ser sobrecarregado com faltas.

Vale lembrar que nas duas derrotas da Argentina na primeira fase da Copa do Mundo de basquete, diante de Croácia e Grécia, as dificuldades diante de um garrafão mais alto e potente fisicamente ficaram evidentes. Esta é a esperança brasileira, que também apresentou uma grande evolução defensiva desde o primeiro duelo do torneio internacional. 

"Somos a segunda melhor defesa da Copa do Mundo e com quatro jogadores altos de muita qualidade (Nenê Hilário, Tiago Splitter, Anderson Varejão e Rafael Hettsheimeir). Para mim é um adversário como se fosse qualquer outro. Só quero vencer para seguir na competição", afirma o técnico da seleção brasileira Rubén Magnano, argentino que comandou a Albiceleste na conquista do ouro olímpico, em 2004. 

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