O argentino Juan Román Riquelme nunca passa despercebido, seja dentro ou fora de campo. No gramado, Riquelme, de 34 anos, ainda faz diferença, o que ficou comprovado com os passes e gols que ajudaram o Boca Juniors a alcançar a final da Copa Libertadores no mês de julho. Fora de campo, destaca-se pela capacidade dialética: preciso, claro e ousado, o jogador costuma deixar a sua marca registrada nos microfones.
A seguir, o FIFA.com mostra algumas das suas frases mais memoráveis.
"Cada um sente o futebol do seu jeito. Alguns dizem que jogo futebol de cara fechada, mas nunca vi o Zidane sorrir. Nem quando ganha, nem quando perde, e ele é o melhor de todos já faz dez anos."
Em 2006, sobre a sua personalidade em campo
"No dia em que não me divertir mais jogando futebol, vou ir tomar chimarrão com a minha mãe."
Sobre a maneira de viver e sentir o futebol profissional
"Bianchi é o maior, que fique com tudo o que ganhou e não volte a treinar o Boca. Ele é o melhor de todos e deveria ter uma estátua no clube, mas precisa ficar em casa brincando com os netos."
Um conselho dado durante uma coletiva de imprensa a Carlos Bianchi, o técnico mais bem-sucedido da história do Boca Juniors, sempre candidato a retornar ao comando do time
"Não matei ninguém, só errei um pênalti."
Sobre a semifinal da Liga dos Campeões da UEFA em 2006, quando o Villarreal foi derrotado pelo Arsenal. Na ocasião, o argentino desperdiçou um pênalti
"Eu amo o Boca, senão não estaria trabalhando de graça aqui. Sou o único otár... que trabalha de graça, e por isso ninguém pode vir questionar a minha responsabilidade."
Sobre o seu contrato especial de 2009, que contemplava não receber salário por 12 meses
"Decidi não fazer mais parte da seleção. Não precisei pensar muito, pois a preocupação com a saúde da minha mãe tornou a decisão bem fácil. Pelas críticas, desde o final da Copa do Mundo até o dia de hoje, já a internaram duas vezes. Ela está bem mal, e é obrigação minha cuidar dela. Amo demais a minha velha e não sou ninguém pra fazê-la sofrer."
Sobre a saída peculiar da seleção depois da Copa do Mundo da FIFA Alemanha 2006, a pedido da mãe
"Descobri que não iria ao amistoso na França ao ouvir Carlos Bilardo no rádio. Hoje escutei apenas que tentaram me avisar. Eu tenho valores, e não são os mesmos do técnico. Sei que não podemos trabalhar juntos. Prefiro ceder o meu lugar a outro jogador."
Sobre mais uma renúncia à seleção, em 2009, pelas diferenças com Diego Maradona
"Para o meu pai, eu nunca jogo bem! Sempre tem algo que está ruim. Mesmo que a imprensa diga que joguei bem, ele vem e me fala dos passes que errei. Sempre me exige muito, mas acho que isso é bom, pois evita que eu me torne descuidado."
Sobre a relação que tem com o pai, em diálogo com o FIFA.com
"Não tinha nada escrito. Era tudo questão de demorar um pouco mais, de fazer com que os nossos jogadores pensassem que ele sabia onde iriam bater. Lembro que o Cambiasso bateu a meia altura, e nos treinos ele nunca tinha feito nada daquele tipo. E ele se atirou para aquele lado. São coisas que não deram certo. Para mim, não tinha nada no papel. Mas ele foi bem, foi bem esperto ao tentar confundir os nossos jogadores."
Ao FIFA.com, contando a sua versão sobre os pênaltis contra a Alemanha na Copa do Mundo da FIFA 2006, decisão na qual Jens Lehmann teria utilizado um papel com informações sobre os jogadores argentinos para decidir a que lado se atirar
"O Messi é o maior, o melhor do mundo. O Cristiano Ronaldo é um jogador de Playstation, daqueles que usa a perna direita, a perna esquerda, é alto, rápido, cabeceia, faz gols de pênalti e de falta, tem habilidade. Mas quem melhor joga futebol é o Iniesta: ele sabe quando tem de ir em frente, quando deve voltar para trás, quando tem de driblar, quando precisa ir mais rápido ou mais devagar. Para mim isso é a única coisa que não se pode comprar nem aprender. A pessoa pode aprender a chutar, a controlar a bola, mas saber tudo o que se passa no campo não dá... Você nasce com isso."
Sobre Andrés Iniesta, em entrevista ao FIFA.com
"Não vou continuar. Amo o clube, adoro os torcedores e fico agradecido, pois sou e sempre serei torcedor do Boca, mas me sinto vazio."
Sobre a última despedida do Boca Juniors, depois da derrota diante do Corinthians na final da Copa Libertadores 2012
"Tenho mais de 30 anos e não precisava de técnico. O Falcioni não tinha nada pra me ensinar. O que ele iria me ensinar, a defender no gol?"
Em uma coletiva de imprensa após a saída do Boca Juniors, sobre o treinador Julio Falcioni
"Sempre digo que, naquela jogada, o Yepes tem mais mérito do que eu. É um clássico, está 3 a 0 e então uma jogada assim... Qualquer jogador teria dado um pontapé, mas ele me acompanhou até o escanteio, e não fez nada. Creio que aquilo teve mais hombridade do que ter tocado a bola entre as pernas naquela partida."
Sobre o colombiano Mario Yepes, que levou dele um drible entre as pernas em jogo pela Copa Libertadores 2000. O Boca, que estava ganhando por 3 a 0, avançou para as semifinais
"A bola me deu tudo. Assim como as bonecas são a coisa mais bonita que existe para as meninas, para mim a bola é o brinquedo mais bonito que pode existir. E quem a inventou é um verdadeiro ídolo, o maior de todos."
Os sentimentos pela bola, em diálogo com o FIFA.com