Há quase
um mês morando no Brasil, a principal contratação do Atlético-MG para a
temporada ainda tenta se adaptar ao novo país e à realidade, diferente daquela vivida na Argentina. A
condição de poder ser ídolo do Galo não muda o
jeito de Lucas Pratto, que se mostra um argentino com trejeitos
mineiros.
Tímido,
Pratto conversa pouco, mostra-se desconfiado nos primeiros momentos, mas
depois se sente mais à vontade e passa a revelar detalhes da vida que o
levou até ser escolhido como o melhor futebolista
na Argentina em 2014, e a contratação principal de um dos times de
ponta do Brasil.
Nascido em
La Plata, Lucas foi criado pela mãe e, com a ajuda do irmão, conseguiu se
tornar jogador de futebol depois de passar nos testes do Boca
Juniors, aos 16 anos. E se lembra com orgulho
das pessoas que o ajudaram a trilhar o caminho até aqui.
- Minha
família é de origem humilde. À medida que fui crescendo, sempre fui me
inclinando a jogar futebol, queria realizar meu sonho que era ser
jogador de futebol e poder ajudar a minha família.
Consegui ser jogador de futebol com ajuda da minha mãe, do meu irmão e
depois quando fiquei mais velho, meus amigos e pessoas mais próximas.
Minha família sempre esteve presente e me ajudando.
Desde a
infância, a relação com o patriarca é complicada. Com os pais separados desde
pequeno, Pratto teve na mãe e no irmão a base familiar. O relacionamento
com o pai parece ser uma aresta não aparada
na vida do jogador, que prefere não se aprofundar no assunto.
- Temos
uma relação, mas não é boa. Quando eu era pequeno, ele se separou da
minha mãe. Temos diferenças. Não é um tema bom de se falar - respondeu.
Lucas Pratto supera má relação com o pai e concretiza sonho de ser jogador de futebol (Foto: Bruno Cantini/CAM)
Assunto
que deixa Pratto com brilho nos olhos é a filha única: Pia, de
quatro anos. Separado da mãe de Pia, o atacante alvinegro irá receber a
visita da filha, que mora em Buenos Aires, e terá
a família por perto ao longo do período em que defender o Atlético-MG.
- Ela virá
para cá ficar um tempo comigo, depois tem que voltar, porque mora com a
mãe. Assim como minha família, que fica um tempo comigo aqui e volta
para a Argentina. Assim a gente não se sente
sozinho quando não está jogando futebol.
Ainda
morando em um hotel na região sul de Belo Horizonte, Pratto irá se mudar
nesta segunda-feira para um apartamento no mesmo bairro, próximo à sede
administrativa do Atlético-MG. Mas o conhecimento
geográfico da cidade para por aí. Ou vai até à Praça do Papa, na região
central, um dos cartões postais de BH e um dos poucos locais que teve
tempo de visitar.
Lucas Pratto iniciou bem com a camisa do Atlético-MG (Foto: Bruno Cantini / Atlético-MG)
Pratto tem
como principais companhias no clube o compatriota meia Dátolo e o
atacante Luan, amigos inseparáveis de longa data. Pratto e Dátolo são
mais próximos, já que além de falar a mesma língua,
são conhecidos desde Buenos Aires.
Amor à primeira vista
Sobre a
famosa culinária mineira, Pratto já é fã do pão de queijo, ou do ‘pan de
quêcho’, como ele mesmo pronuncia, tentando se acostumar à língua
portuguesa. Garante que entende tudo o que ouve,
mas que tem dificuldades para falar algumas palavras.
- Já
aprendi algumas como ‘ficar’, ‘beleza’, ‘legal’, ‘segunda’, ‘voltar’. E
até palavrões, que são as primeiras palavras que aprendemos – disse às
gargalhadas.
Neste
domingo, a partir das 17h (de Brasília), Lucas Pratto inicia a
trajetória com a camisa do Atlético-MG de forma oficial. ´Diante do
Tupi, no Independência, pela estreia do Campeonato Mineiro,
o camisa nove tentará repetir o feito no amistoso contra o Shakhtar
Donetsk-UCR, quando marcou o primeiro gol da vitória por 4 a 2.
A partida deste domingo será transmitida ao vivo e em alta definição para todo o estado de Minas Gerais, com narração de Rogério Corrêa e comentários de Márcio Rezende Freitas e Bob Faria. Os internautas podem acompanhar todas as emoções do jogo em Tempo Real e com vídeos exclusivos no GloboEsporte.com.