Greve geral suspende transportes e recolha de lixo na Argentina

A Argentina parou esta quinta-feira por 24 horas. Foi mais um episódio do conflito que opõe uma boa parte dos sindicatos do país à presidente Cristina Kirchner, no poder desde 2003.

Promovida por três das cinco centrais sindicais argentinas, a greve geral afetou sobretudo os transportes públicos, obrigou ao cancelamento de dezenas de voos internacionais, nomeadamente de e a para o Brasil, e suspendeu a recolha de lixo em Buenos Aires. A capital, aliás, esteve deserta e houve quem descrevesse esta quinta-feira como um típico domingo.

Para o analista político Patrício Giusto, as consequências deste protesto podem vir a ser ainda piores: “Estamos a começar Abril com o foco na negociação coletiva dos salários. Ainda há greves de professores a decorrer em cerca de sete províncias e mais sindicatos a protestar. Agora, esta greve geral é bem provável que venha a incendiar uma situação social já de si a escaldar.”

Algumas lojas e mercados de Buenos Aires estiveram, ainda assim, a funcionar. O motivo prende-se como o facto de os sindicatos dos empregados de comércio não terem aderido à greve geral.

A inflação argentina, que foi superior a sete por cento só nos primeiros dois meses deste ano, é uma das mais altas da América latina e terá sido um dos motivos mais fortes na base desta paralisação, cuja adesão foi estimada pelos sindicatos organizadores em cerca de 95 por cento.

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