Governo argentino mantém silêncio sobre morte de Margaret Thatcher

Buenos Aires, 8 abr (EFE).- O governo da Argentina se mantém em silêncio sobre a morte da ex-primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher, a mulher que declarou a guerra entre os dois países pela soberania das ilhas Malvinas, em 1982, e ganhou a disputa.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, teve hoje uma intensa atividade nas redes sociais para trocar impressões com vítimas das recentes inundações que castigaram a província de Buenos Aires e anunciou vários projetos para reformar a Justiça, mas não mencionou a falecida governante britânica.

A agência oficial "Télam" se referiu a Thatcher como a responsável pelo afundamento do cruzeiro argentino General Belgrano durante a Guerra das Malvinas apesar de, segundo a versão argentina, o navio estar fora da zona de exclusão.

"Documentos classificados revelados há duas semanas revelaram que um grupo importante de conselheiros da ex-líder conservadora eram ir à guerra em 1982", lembrou a "Télam".

A agência ressaltou que a decisão de afundar o Belgrano foi tomada por Thatcher e seu gabinete durante um encontro no qual "foi decidido flexibilizar a zona de exclusão e realizar o que para o mundo, exceto para Londres e seus aliados, foi um crime de guerra".

O afundamento do Belgrano por disparos do submarino nuclear HMS Conqueror causou a morte de 323 soldados argentinos e foi definitivo para a derrota da Argentina na guerra.

A "Télam" recorreu hoje a uma composição de Miguel Cantilo, criador de clássicos populares argentinos, para qualificar Thatcher como "A senhora violência", e lembrou que outros artistas de reconhecimento internacional, como Elvis Costelo ou Elton John, se somaram às críticas contra a "Dama de Ferro" em suas composições.

Margaret Thatcher declarou a guerra após o desembarque de tropas argentinas nas ilhas Malvinas, em 2 de abril de 1982.

A guerra terminou com a rendição argentina no dia 14 de junho e deixou quase mil mortos, em sua maioria (650) no exército argentino. EFE

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