O duelo entre Brasil e Eslovênia, pela abertura do Torneio Quatro Nações, no ginásio Nilson Nelson, em Brasília, marcado para às 19h15 desta sexta-feira, não vai mais acontecer. Goteiras impossibilitaram o jogo. Faltando menos de uma hora para o encontro e com as equipes em quadra no aquecimento, pessoas da organização trabalhavam com rodos e panos de chão para tentar minimizar o problema, mas a chuva não ajudou, a quadra ficou muito úmida e, para evitar possíveis lesões, foi decidido pelo cancelamento de Brasil x Eslovênia.
- A Confederação nos ajudou, o problema foi sanado. Fechamos as goteiras. O problema não foi goteira. Foi uma chuva muito forte que teve aqui. Acumulou água na calhas, e ela se mexeu. Estamos com a manutenção acompanhando, fizemos todo o trabalho. Passaram o dia inteiro aqui na quinta-feira. No sábado, vamos mexer nas calhas, para cair toda a água e acabou o problema. Em uma outra situação, talvez jogassem, mas na boca de um Mundial, não podemos arriscar - disse Leila Barros, ex-jogadora de vôlei e secretária de esportes e lazer do Distrito Federal.
Jogadora da Eslovênia caiu por conta da umidade dentro da quadra (Foto: Thierry Gozzer)
O jogo entre Argentina e Sérvia também foi cancelado e as sérvias usaram a quadra para treinar. No sábado, houve mexida na tabela. Ao invés de enfrentar a Argentina, o Brasil pega a própria Eslovênia, às 13h50, com transmissão do SporTV, e Argentina e Sérvia se enfrentam em seguida, às 15h50. No domingo, o Brasil encara a Sérvia ao meio-dia, e a Argentina pega a Eslovênia. A intenção dos brasileiros e argentinos é ter dois duelos contra europeus, por isso a alteração.
Com Brasília no período de chuvas quase sempre no fim de tarde, Leila não descarta problemas na rodada de sábado.
- Se chover forte de novo, não posso garantir, podemos ter problemas, não tem muito o que fazer - finalizou Leila.
As goteiras se concentraram apenas em um lado do ginásio, exatamente o usado pelo
Brasil para o aquecimento. Do outro lado, sem goteiras, enquanto a Eslovênia
trabalhava, a pivô Alja Vrcek escorregou por conta da umidade e
precisou receber atendimento médico. Ela se reergueu minutos
depois e voltou para o aquecimento normalmente.
Funcionárias tentam secar a quadra com rodos (Foto: Thierry Gozzer)
Com o primeiro anel de arquibancadas do Nilson Nelson recebendo bom público, a capitã da seleção brasileira, Dara, usou o microfone para pedir desculpas e explicar a situação. Com a seleção a uma semana da estreia no Mundial da Dinamarca, no dia 5 de dezembro, contra a Coreia do Sul, todas querem evitar lesões. Após conversar com o público, Dara anunciou que as jogadoras iriam até a torcida distribuir autógrafos para não deixar ninguém "na mão".
- É uma pena, mas faz parte. Queríamos jogar, a torcida está aí, mas imprevistos acontecem, foge da mão de todo mundo. Temos que contar com isso, não esperamos, mas faz parte. Na Alemanha, não tive problema com goteira, mas já tive outros, como faltar luz e o gerador não funcionar, banheiro sem água, problemas que acontecem e acabam fugindo. E não dá para arriscar. O piso está 50%, mas não dá para arriscar. Hoje, perder, podendo não jogar, podendo dizer não, não vale a pena - avaliou Dara.
Trabalho não foi suficiente para deixar a quadra segura para a realização da partida (Foto: Thierry Gozzer)