Na quinta-feira (5), a juíza argentina Sandra Arroyo Salgado, ex-esposa do promotor federal Alberto Nisman, convocou uma coletiva de imprensa em que disse que o seu ex-marido foi assassinado.
"É lógico que o suicídio que pretende-se comprovar, não poderá ser acreditado pela simples razão de que Alberto Nisman não suicidou-se, senão que Alberto Nisman foi assassinado", declarou Salgado, acrescentando depois no seu discurso que considerava a morte do fiscal como "magnicídio".
Junto à ex-esposa, estavam presentes na coletiva a mãe de Nisman, Sara Garfunkel, e os três peritos que estabeleceram que a morte não foi voluntária, Osvaldo Raffo, Daniel Salcedo e Julio Ravioli, e também o defensor oficial dos próximos e partidários do fiscal morto, Germán Carlevaro.Salgado criticou também a atitude da investigação oficial, cuja porta-voz é a fiscal Viviana Fein, por só ter considerado a versão do suicídio.
Depois da coletiva dada por Sandra Arroyo Salgado, a própria Viviana Fein fez uma declaração oficial afirmando que não descarta nenhuma das hipóteses e que, para se estar certos de uma versão ou outra, é preciso aguardar "uma série de relatórios que aportará o corpo médico forense e uma perícia técnica sobre telefones e computadores".O promotor federal Alberto Nisman, que investigava o atentado contra o prédio da Asociación Mutual Israelita Argentina (AMIA) em Buenos Aires, que matou 85 pessoas em 1994, foi encontrado morto no banheiro do seu apartamento em 18 de janeiro, com uma pistola e um tiro na cabeça. Naquela segunda-feira, ele estava planejando apresentar no Congresso a acusação formal contra a presidente, Cristina Fernández de Kirchner, e um número de outros altos cargos do país, de encobrimento dos autores do atentado.