O novo reforo do Atltico tem o aval de um velho conhecido da torcida. Carlos Alberto Galvn, ex-zagueiro alvinegro entre 1998 e 1999, fez sucesso no clube quando a pacincia com estrangeiros no futebol brasileiro era pequena. Hoje, ele v o pas mais aberto para os jogadores sul-americanos e ressalta que Lucas Pratto poder ser uma pea decisiva no ataque durante os prximos anos.
“ um jogador muito bom, goleador, forte fisicamente, tem boa definio. Nunca tem uma bola perdida para ele. Acho que vai ter muito sucesso. uma questo de se encaixar no sistema ttico do time”, afirma Galvn ao Superesportes.
Segundo o antigo defensor atleticano, Pratto pode ser escalado como uma referncia que apresenta mobilidade no setor ofensivo. O camisa 12 poder se encaixar no esquema que Levir Culpi montou no segundo semestre deste ano. Sem J e Andr, o treinador optou por um ataque de muita movimentao.
“Ele arma o jogo tambm, sai da rea, sabe fazer tabela. Mas o forte dele a potncia. No mano a mano muito forte, porque bate rpido na bola”, destaca.
Revelado pelo Racing na Argentina, Galvn chegou ao Galo no segundo semestre de 1998. O ex-zagueiro lembra que os clubes do pas no eram muito abertos para os estrangeiros, apesar de no ter sofrido com este fato, conseguindo boas atuaes com a camisa alvinegra. Hoje, o cenrio diferente e poder ajudar na adaptao de Pratto.
“Hoje em dia, creio que as portas esto mais abertas para jogadores de fora. Antes era complicado. Muitos eram contratados e tinham poucas oportunidades para jogar, ficavam pouco tempo em um clube e iam embora. Lembro de mim, do Sorn no Cruzeiro. Depois o Cpria foi contratado pelo Galo. Eram poucos no Brasil todo. Depois, o mercado abriu, principalmente com as chegadas do Mascherano e Tvez ao Corinthians. Agora, a gente v D'Alessandro, Conca, Dtolo... O mercado est melhor para o jogador argentino”, ressalta Galvn.
A adaptao do zagueiro vice-campeo brasileiro de 1999 se deu graas ao apoio dos seus companheiros de Galo e cidade de Belo Horizonte: “Eu tinha tudo certo com o River Plate, mas um agente brasileiro se interessou por mim e fez contato. Eu fui ao Rio de Janeiro e assinei um contrato. Em cerca de dois dias, fui para o Atltico. Tive sucesso no clube e s tenho a agradecer a todos os jogadores do grupo, que me ajudaram. Mas era complicado. Depende de cada um, se adaptar ou no. uma questo de ambiente, da cidade, de a famlia tambm gostar. Se a famlia se adapta, fica mais fcil para o atleta”.
Galvn foi um sul-americano que se deu bem no Atltico interrompendo um perodo de 14 anos. Antes dele, Cincunegui (de 68 a 73), Mazurkiewicz (de 72 a 74), Ortiz (de 76 a 77) e Olivera (de 83 a 85) fizeram sucesso. J Fernando Rosa, Percovich e Escobar, nos anos 90, no deixaram saudade no torcedor.
Depois, dentre frustraes diversas, outros conseguiram agradar, como Cpria e Cceres. Neste ano, Dtolo e Otamendi recuperaram o prestgio dos sul-americanos no Galo. Caber a Pratto entrar na lista dos estrangeiros que marcaram poca. “O Atltico tem um time muito forte. Eu acompanho alguns jogos. Vi os ttulos da Recopa e da Copa do Brasil. Pratto dever se encaixar bem. Os sul-americanos hoje querem jogar no Atltico”, afirma Galvn.
Nova carreira
Em 2014, Galvn iniciou a sua trajetria como treinador de futebol. O comeo foi no Peru, onde ele encerrou a carreira como zagueiro em 2012. Em um futuro prximo, ele espera poder fazer um estgio no Atltico para aprimorar as suas competncias.
“Estou iniciando a carreira no Peru. Espero ainda viajar pela Argentina, pelo Brasil, por outros pases, para estudar. Gostaria de voltar em Belo Horizonte e, se possvel, estar no Galo para aprender e ganhar experincia para um dia ser um grande treinador”.
Galvn defendeu Racing, Atltico, Santos, Lans, Mrcia, Paysandu, Argentinos Jrs, Olimpia e Banfield at 2007, quando chegou ao futebol peruano. Foram seis temporadas no Universitrio e uma no Csar Vallejo, onde aconteceu a aposentadoria em 2012.