Javier Gallardo/Getty Images
Eleito novo presidente da Argentina no último domingo, o empresário Mauricio Macri, ex-mandatário do Boca Juniors em duas ocasiões, tem planos de acabar com o programa "Fútbol para Todos", criado em 2009 pela atual presidente do país, Cristina Kirchner, para transmissão gratuita, em TV pública e internet, de todos os jogos do Campeonato Argentino (primeira e segunda divisões) e das semifinais e finais da Libertadores e da Copa Sul-Americana (sempre que houver time argentino jogando).
O programa, que é da Secretaria de Comunicação Pública da Argentina, utiliza dinheiro público para comprar os direitos de transmissão das competições. Quando adquiriu os direitos da primeira divisão argentina, em 2009, o Governo pagou 600 milhões de pesos à AFA (Associação de Futebol Argentino) - na cotação atual, R$ 232 milhões.
Nos intevalos das partidas, havia propaganda governamental, principalmente mostrando novos programas sociais e o andamento de obras públicas nos mais variados pontos da Argentina, além de discursos.
Em entrevista à rádio La Red, em 2013, Macri sinalizou que irá acabar com o "Fútbol para Todos", destinando os recursos para outras áreas, como saúde e educação.
"No meu tempo (de presidente do Boca Juniors), o futebol se organizada muito bem sem a intervenção e a manipulação do Estado", disparou o empresário, à época.
"Creio que organizando bem o futebol, e disso posso dizer que entendo, podemos dedicar esses recursos a programas de habitação, escolas, estradas, muitas coisas", completou.
Quando concedeu essa entrevista, aliás, Macri foi duramente criticado por Juan Manuel Abal Medina, chefe de gabinete de Cristina Kirchner. O político deixou no ar que o então candidato iria acabar com outros programas sociais criados pela presidente.
"O que Macri quer é futebol para poucos", alfinetou.
Em sua campanha, na qual bateu o amigo Daniel Scioli (aliado de Cristian) por uma pequena margem de votos, o ex-presidente do Boca Juniors fez questão de salientar, em diversas entrevistas durante a campanha, que não iria encerrar os programas de assistência criados pelo ex-presidente Néstor Kirchner, falecido em 2010, e continuados por sua esposa, eleita na sequência.