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Magnano admitiu que o grupo da seleção brasileira é muito difícil e quer equipe com força máxima no Mundial de agosto
No sábado, o clima era de festa: o Brasil, afinal, havia recebido o convite para o Mundial de basquete, mesmo após perder todos os jogos da Copa América.
Nesta segunda-feira, o sorriso deu alívio deu lugar à preocupação. As bolinhas do sorteio, no Palau de Música Catalana, em Barcelona, colocaram o a seleção brasileira no mais temível dos grupos – ao lado de Espanha, França e Sérvia, três gigantes europeus; Irã e Egito completam a chave A do torneio, que acontece entre 29 de agosto e 14 de setembro.
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O técnico Ruben Magnano foi um dos últimos a entrar na área dedicada ao contato com a imprensa. Os jornalistas estrangeiros que o reconheciam faziam – formal ou informalmente – a mesma pergunta. “Difícil, hein?”
Magnano não discordava.
Em entrevista ao ESPN.com.br, o treinador argentino admitiu que a chave brasileira é complicada, citando sempre que as três principais forças do grupo. Mas o técnico admitiu também que já acompanha as seleções de Egito e Irã, consideradas as mais fracas na chave e sobre as quais um tropeço seria praticamente imperdoável.
Magnano disse, ainda, que a seleção brasileira terá de se fortalecer mentalmente. Ao falar dos jogadores da NBA, o técnico mostrou otimismo com a presença deles no Mundial.
Leia abaixo a entrevista de Ruben Magnano ao ESPN.com.br
Getty
A Espanha, de Marc Gasol, é o time da casa e uma das favoritas
ESPN.com.br - Espanha, França e Sérvia. Dá para dizer que o Brasil está no grupo da morte?
Ruben Magnano - É um grupo muito competitivo. Estamos falando de um grupo que tem um time histórico do basquete mundial, que é a Sérvia, o time da casa, e ainda o último campeão europeu. Nada mais, nada menos que isso. Acho que teremos que nos fortalecer muito mentalmente, saber em que grupo estamos e competir, estar à altura das circunstâncias. Teremos jogadores que estão acostumados a esse tipo de desafios, então temos que jogar.
ESPN.com.br - Já que falou de jogadores que estão acostumados a desafios: os atletas da NBA vão defender a seleção brasileira no Mundial?
Magnano - Não são só os jogadores da NBA. Geralmente se fala dos jogadores da NBA, mas nós tivemos muitas ausências. Hoje estamos fazendo um trabalho de convencimento e há muita vontade dos jogadores de estarem presentes neste Mundial. Sentimos um gosto muito amargo, que foi ficar fora esportivamente na classificação. Por sorte os dirigentes fizeram um trabalho muito importante para que o Brasil esteja presente novamente.
ESPN.com.br - Se o Brasil ficar em terceiro ou quarto de seu grupo, é bem possível que enfrente a Argentina…
Magnano - Outra vez!
ESPN.com.br - …dez anos depois da medalha de ouro olímpica de 2004. Como é a sensação de sempre estar com a Argentina pelo caminho, como no Mundial de 2010 e na Olimpíada?
Magnano - Acho que falar nisso agora é um pouco de futurologia, né? Curiosamente, por causa do destino, o Brasil tem cruzado com a Argentina em todos os mata-matas. Bem… Mais uma vez estamos na rota em que podem se cruzar. Vamos ver o que acontece, tenho que me preparar jogando com a Argentina ou sem jogar com a Argentina.
Reuters
A França, de Parker (d) é uma das rivais da primeira fase
ESPN.com.br - É claro que há a Sérvia, a Espanha, a França. Mas o grupo tem outros dois rivais que o Brasil terá de vencer de qualquer maneira: Irã e Egito. O senhor já sabe algo dessas seleções?
Magnano – Sim. Conheço e sei perfeitamente o desempenho que tiveram no classificatório. E… Nós aprendemos uma coisa: temos de ser extremamente respeitosos por todos os rivais. Porque em cada partida nós jogamos um pequeno passa para a classificação. Nós sabemos bem disso e nesse tipo de torneio sempre fomos muito inteligentes, respeitando ao máximo os rivais e não deixando dúvida do funcionamento da equipe. Vamos manter essa filosofia.
ESPN.com.br - Como foi a espera para conseguir o convite para o Mundial: houve preocupação ou o senhor pensava que era algo bem encaminhado?
Magnano - Eu estava pessoalmente preocupado. Eu não tinha nada como garantido e acho que no fim das contas o Brasil foi convidado pelas exigências extra-esportivas que teve de cumprir, mas também por sua rica história, com grandes jogadores no basquete da Fiba. Acho que isso pesou muito. E também pesou o fato de os Jogos Olímpicos de 2016 serem no Brasil. São coisas que acho que decidiram muito.
ESPN.com.br - A equipe do Mundial deve ser muito diferente da que jogou a Copa América. Isso atrapalha a continuidade do trabalho?
Magnano - Isso não acontece. Eu já conheço o que cada jogador pode me dar, conheço os talentos de cada um deles e teremos tempo de preparação suficiente para deixar a equipe em boas condições na hora de jogar.
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